Filho de imigrantes poloneses, Jacob Jankowski parecia ter o futuro certo. Prestes a se formar, o estudante da faculdade de veterinária de Cornell já estava de olho numa de suas colegas de classe e dava indícios de que passaria a vida por lá, ao lado da família. Entretanto, a trágica notícia da morte de seus pais num acidente de carro põe fim a todo tipo de certeza. Inspirado no livro homônimo de Sara Gruen, “Água para Elefantes”, filme que estreia hoje, acompanha o rumo inesperado que a vida de Jacob, papel de Robert Pattinson, toma depois que ele fica órfão.
Com direção de Francis Lawrence, de “Eu Sou a Lenda”, a produção aposta num elenco estrelado que, além de Pattinson, ator adorado pelos milhares de fãs da saga “Crepúsculo”, conta com os ganhadores do Oscar, Reese Witherspoon (melhor atriz por “Johnny e June”) e Christoph Waltz (melhor coadjuvante por “Bastardos Inglórios”). O trio se envolve num triângulo amoroso, grande foco do filme, que faz do circo seu cenário. Interpretando a versão idosa de Jacob, Hal Holbrook completa o elenco. Ele é o narrado do filme, que se passa num longo flashback.
É na juventude, quando se vê sem nenhum parente vivo, que Jacob descobre que o pai estava afundando em dívidas e que sua casa será tomada pelo banco. Sem ter para onde ir, o jovem salta para dentro de um trem, o trem do Circo Benzini Brothers, cujo dono é August, um homem que, apesar de se mostrar refinado, trata com dureza animais e pessoas.
Por sorte, logo que entra no vagão, Jacob faz amizade com um polonês, que convence o resto do grupo a deixá-lo ficar até a próxima parada. Considerado um intruso na companhia, Jacob consegue ficar ao dizer para August que é um veterinário. Com o emprego ganho, se aproxima de Marlena. A relação entre eles fica ainda mais forte com a aquisição da elefanta Rosie, tentativa desesperada de August de evitar a falência do circo.
O romance de Marlena e Jacob desperta alguma simpatia, mas é prejudicado pela falta de química entre os protagonistas. Reese mantém seu nível de atuação, mas Pattinson parece ainda não ter conseguido provar a que veio. Além da falta de entrosamento dos protagonistas, pontos que renderiam boas discussões, como o tratamento desumano dado aos artistas e animais do circo, a delicada situação da economia do país e os sentimentos do protagonista não são aproveitados. Ao final, “Água para Elefantes” funciona como um filme romântico com belas imagens e um pano de fundo interessante. As informações são do Jornal da Tarde.
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