Em 1998, ela lançou Maritmo, um disco que falava do mar e da necessidade de olharmos para essa imensidão. Dez anos depois, em 2008, Adriana Calcanhotto se viu lançando um segundo álbum, Maré, que tratava do mesmo assunto, mas sabendo que o trabalho teria continuidade: ela já tinha o nome do que seria, 11 anos depois, o terceiro disco para fechar a trilogia sobre o mar. Nesta sexta-feira (7), ela lançou Margem, disco que foi planejado durante todo este tempo e que tem por objetivo concluir a mensagem que a cantora buscou passar.
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“Fazer uma trilogia não era uma ideia no início. O primeiro disco saiu quando voltei a morar em Ipanema, no Rio de Janeiro, e me dei conta de que a proximidade com o mar fazia diferença na minha vida. Dez anos depois, vi que tinha um repertório de novo sobre o mar e saiu o Maré, mas quando este foi lançado eu já tinha o nome do terceiro me surgiu, então ‘Margem’ começou a brotar”, comentou Adriana à Tribuna do Paraná.
A cantora contou que durante todo este tempo, entre o lançamento de Maré e Margem, deu sequência a muitos outros trabalhos que vinha desenvolvendo. “Mas não deixei de produzir o último disco da trilogia. Trabalhei no Margem de modo paralelo e tive a vantagem de poder pensar nele com calma. Nem sempre se tem essa oportunidade, não é toda hora que isso acontece, no meu caso foi a primeira vez que trabalhei durante 11 anos num disco”.
Do lançamento do segundo disco da trilogia até agora, Adriana Calcanhotto não tinha feito mais discos de estúdio, registrou algumas apresentações em DVD, no Rio de Janeiro (Olhos de Onda, 2011) e em Porto Alegre (Loucura, 2015, só com canções de Lupicínio Rodrigues) que eram projetos de palco e acabaram gravados. A ideia da trilogia se deu justamente para quebrar esse tempo sem lançar algum projeto de estúdio e, também, de falar de algo que já era importante lá em 1998, com o primeiro disco, e se faz ainda mais importante agora, 21 anos depois. Dessa Vez é a nova música de trabalho, ouça:
Mensagem forte
Cada canção tem sua mensagem, mas Adriana define seu trabalho como uma representação de sua apreensão sobre como o tempo passa rápido. “Os oceanos não são mais os de vinte anos atrás e essa tragédia estava há muito tempo anunciada. O primeiro disco trazia questões ecológicas importantes sobre o mar, mas você vê que, num piscar de olhos, essa questão se tornou muito urgente. De modo geral, essa trilogia trata do tempo, que tem passado muito rápido e nossas relações com ele também estão muito modificadas e acontecendo de maneira muito rápida”, avaliou a cantora.
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A trilogia, além de representar a mensagem que buscou passar Adriana, também demonstra o amadurecimento como compositora e cantora. “Espero que as pessoas percebam muito do meu amadurecimento. Mas os três discos se conversam. Sou daquelas cantoras que gostam muito de um álbum completo, que tragam músicas que tenham essa característica de uma completar a outra e isso funcionou muito bem no caso da trilogia”.
Nos dois primeiros álbuns, Adriana Calcanhotto gravou músicas de compositores como Cazuza. À Tribuna do Paraná, a cantora disse que não costuma escolher o compositor, mas sim a música. “E acredito até que seja a canção que escolha a gente. Eu me apaixono pela canção e não sei se ela tem a ver com o disco, com o resto, com os autores, é a música. Apesar disso, tenho um universo de autores que eu gosto muito e eles são recorrentes”.
Num país tão polarizado, trazer uma mensagem é sempre um desafio inesperado, mas Adriana avalia que sua forma de protestar é bem simples. “Faço meu trabalho como sempre. Estamos numa democracia, o presidente foi legitimamente eleito, não temos o que questionar. Sigo fazendo meu trabalho, é o meu jeito de me manifestar”. Ouça o novo disco de Adriana:
Adriana em Curitiba!
Com o último disco da trilogia lançado, agora é o momento em que Adriana vai sentar para a parte mais difícil: montar a turnê que vai percorrer o país. “Vou literalmente sentar para ouvir os três discos e pensar num show em que os três discos conversem. Maresia é uma canção que era para ser do álbum Maritmo, mas não entrou e, para mim, era para ser. Não posso fazer uma turnê da trilogia e não colocá-la, porque virou uma música do público. Vambora é da trilogia e também não pode ficar de fora, mas só ouvindo e pensando no palco que vou saber como vai ser. De qualquer forma, já sei que a turnê vai ser gigantesca, pois vão ser os três discos num palco”.
Curitiba vai receber esse novo show logo no início da turnê, pois vai ser a segunda cidade onde Adriana Calcanhotto vai passar, no dia 24 de agosto, no Teatro Guaíra. “Já toquei em lugares diferentes de Curitiba, mas o Teatro Guaíra é mágico, não precisamos nem fazer esforço para as coisas acontecerem. É um teatro que guarda a coisa boa, a memoria, a energia das pessoas. Além disso, a plateia curitibana nos dá muito retorno, a cidade tem sim formação de plateia, então a gente faz o trabalho e não precisa ficar muito se explicando, isso é muito bom. Se Curitiba não gostar, vou ficar arrasada”, brincou a cantora. Os ingressos para o show ainda não começaram a ser vendidos, por isso, fique atento à Tribuna do Paraná!
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