| Luiza Dantas/Carta Z Notícias |
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| Priscila Fantin : ?Ainda não me sinto à vontade?. |
Priscila Fantin está redescobrindo sua sensualidade. Pelo menos é isto que garante a intérprete da esnobe Beatriz de Sete pecados, novela das 19h da Globo. Os motivos não são poucos, mas o principal deles tem muito a ver com as características de seu novo trabalho. Depois de emendar várias tramas de época, Priscila precisa se adaptar ao ritmo frenético de uma patricinha metida e se acostumar a vestir menos roupa. Na história, sua personagem usa e abusa de modelos sensuais e com decotes que mostram mais do que sua intérprete gostaria. ?Ainda não me sinto à vontade e nem sei se vou chegar nesse estágio?, avisa a moça.
Mesmo antes da estréia da novela, Priscila começou a se assustar com o assédio da imprensa e do público por conta desse detalhe. Quando as chamadas passaram a ser veiculadas, a pergunta que mais ouvia era o que tinha feito para mudar tão rapidamente suas formas. ?Ninguém viu meu corpo porque meu trabalho não exigiu isso antes. E, fora dele, não fiz a menor questão de mostrar?, explica, completando que há quatro anos mantém o mesmo peso e a mesma dieta.
Ser protagonista não é novidade na carreira de Priscila. A atriz já estreou na pele do papel principal da temporada de 1999 de Malhação e repetiu isso em Esperança, em 2001, e Alma gêmea, em 2005. Outro ponto positivo é voltar a contracenar com o amigo Reynaldo Gianecchini. Os dois viveram os italianos Tony e Maria em Esperança, quando ainda estavam em início de carreira. Agora, mais experientes, trocam figurinhas e volta e meia se lembram da responsabilidade que ganharam naquela época. ?Ele virou uma espécie de parente, porque crescemos juntos na profissão. Ficou uma relação bonita que ajuda muito nas cenas que gravamos?, diz ela.
Priscila ficou um ano fora da tevê, por uma questão de opção. A atriz aproveitou o tempo para rever os familiares de Belo Horizonte, onde foi criada, e refletir sobre o rumo que sua vida tomou depois que se mudou para o Rio. Na época em que foi escalada para viver a Tatiana de Malhação, estava com apenas 16 anos e, de uma hora para outra, ganhou popularidade na tevê. Apesar da concretização do sonho de se tornar atriz, Priscila conta que em muitos momentos se sentiu nova demais para encarar as responsabilidades da profissão e pensou em abandonar tudo. ?Nossa vida é bombardeada pela mídia, tanto no bom quanto no mau sentido. Tudo aconteceu rápido e de uma maneira assustadora?, lembra.
Aos 24 anos, mais calma e segura, Priscila acredita que finalmente consegue se enxergar como uma adulta. ?Agora é que brotou mesmo a mulher em mim?, filosofa. Mesmo profissionalmente a atriz passou por uma evolução. Durante o descanso em Minas Gerais ao lado dos parentes, Priscila aproveitou o tempo fora da tevê para estrear no cinema. Seu primeiro longa, Orquestra dos meninos, foi gravado no Nordeste e tem estréia prevista para agosto. A atriz gostou tanto que pretende prestar vestibular para o curso de Cinema assim que conseguir tempo para encaixar as aulas na sua agenda. ?Quero me aventurar em direção ou em fotografia. Penso em desenvolver outras habilidades dentro da minha área?, avisa.
Por dentro do texto
Em seu quarto trabalho com Walcyr Carrasco na televisão, Priscila Fantin já está mais do que acostumada com sua forma de escrever. E afirma que gosta de ser reservada para as obras do autor. A primeira vez que os dois trabalharam juntos foi por acaso, em Esperança. Benedito Ruy Barbosa começou escrevendo a novela, mas por problemas de saúde, precisou se afastar. Walcyr assumiu. ?Foi rapidinho, mas na época já deu para sentir o gosto. Curti o trabalho dele de cara e acho que ele também gostou do meu?, recorda.
A primeira obra completa que o autor escreveu e Priscila participou foi em Chocolate com pimenta, experimentando sua vilã de estréia na tevê, em 2003. Dois anos depois, a jovem foi a escolhida para interpretar a índia Serena em Alma gêmea. Já durante as gravações da novela, Walcyr avisou a uma parte do elenco que estava escrevendo uma novela contemporânea e pensava em algumas pessoas para os papéis. ?Foi bom porque deu para eu descansar, fazer um filme e voltar cheia de gás. Até porque, só nos primeiros 18 capítulos, gravei 400 cenas no Rio, em São Paulo e em Bariloche?, justifica.
Instantâneas
* Dos seis trabalhos que Priscila Fantin fez na tevê antes de Sete pecados, apenas os dois primeiros Malhação e As filhas da mãe eram tramas contemporâneas. Todas as outras personagens da atriz usavam figurinos de época.
* Depois que estreou na televisão, Priscila Fantin tentou cursar Jornalismo no Rio. Mas depois de seis meses de estudos, a atriz precisou trancar a faculdade para se dedicar às novelas.
* Para não deixar que a fama influencie sua vida, Priscila faz questão de dedicar quase todo o seu tempo livre visitando sua família e as amigas de infância, em Belo Horizonte. ?Isso é o que me segura e não deixa o sucesso subir à cabeça?, avalia.