Para muitos adolescentes, o emprego de VJ da MTV é um dos melhores do mundo. Afinal, com ele, qualquer garoto vai poder viver de música, entrevistar as bandas favoritas e ir a shows sem gastar um tostão. Não por acaso, 80 mil jovens se inscreveram no “MTV Caça VJ”, concurso promovido pela emissora musical que vai alçar um anônimo ao “estrelato”. Para se certificar que o novo VJ da MTV vai ser um autêntico telespectador, a direção vetou toda e qualquer inscrição de atores, modelos e apresentadores.

A veracidade das informações, garante José Wilson Fonseca, diretor de marketing da MTV, vai ser checada pela emissora. “Queremos estabelecer uma conexão ainda maior entre marca e audiência. Queremos que o nosso público se sinta bem representado no vídeo”, enfatiza ele.

A partir do próximo dia 13, a MTV dá início à etapa classificatória. Para tanto, a emissora vai montar tendas, já batizadas de “estações de teste”, em cinco capitais: Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre.

1.200

Já no dia 5, a MTV divulga em seu site o nome dos primeiros 1.200 pré-selecionados. Os “convocados” vão ser convidados a realizar o teste de VJ em uma das cinco arenas. O teste em si, garante Chris Lobo, diretora de programação da MTV, não tem mistério. No tradicional plano americano, o candidato vai ter de mostrar desenvoltura na frente das câmaras, razoável fluência no inglês e apresentar um videoclipe. Segundo ela, mais do que conhecer música, o VJ tem de gostar de música. “Não adianta ficar fantasiando o VJ ideal. Queremos alguém com personalidade própria. Quero olhar para alguém e pensar: ?Puxa, quero esse cara na minha turma!?”, brinca.

Sem padrão

José Wilson Fonseca faz coro com Chris Lobo. Ele garante que a MTV não estabeleceu qualquer padrão para o novo VJ. Mas adianta que certos requisitos, como autenticidade, fluência e conhecimentos gerais são fundamentais. “Não queremos ninguém fazendo anúncio de creme dental. Alguns candidatos são muito robotizados. Tem uns que imitam até os olhares do Sílvio Santos”, impacienta-se José Wilson.

Cada uma das cinco etapas vai levar, em média, três dias. Toda a movimentação da fase classificatória vai ser acompanhada de perto por Luiz Thunderbird, um dos mais antigos VJs da MTV. “Vai ser legal conhecer candidatos dos mais diferentes sotaques e personalidades”, acredita Thunder, que ingressou na MTV logo no primeiro processo de seleção promovido pela emissora, lá pelos idos de 1990. “Relutei muito em me inscrever porque não falava inglês direito. Achei que não fosse dar certo…”, recorda. Em 94, Thunderbird foi contratado pela Globo, onde participou da cobertura do Carnaval e apresentou o musical “TV Zona”. As recordações, segundo ele, não são das melhores. “Nunca me senti à vontade lá”, resume.

Pega para criar

De acordo com José Wilson, a MTV já ensaiava promover um concurso nacional para VJ há alguns anos. Em 93, a emissora realizou o “Pega Para Criar” restrito a algumas capitais. O “felizardo” foi o então professor de inglês Cazé, que atualmente apresenta o “Neurônio” e o “Tome Conta do Brasil”. No ano passado, o canal propôs o quadro “VJ por Um Dia” como parte do “MTV na Praia”. “Era para ser uma brincadeira, mas muita gente achou que já estava contratada”, esquiva-se José Wilson. Nada de Bambam

Nenhum dos outros eventos, porém, mobilizou tanto a mídia quanto o “MTV Caça VJ”.

De cada arena, a MTV vai selecionar quatro candidatos. Desses quatro, a produção da emissora e não o voto do público, como estava previsto inicialmente, vai escolher dois para participar da finalíssima em dezembro. “Não queremos que confundam o ?VJ Caça MTV? com um ?Big Brother? requentado, nem queremos correr o risco de colocar alguém do nível de um Kléber Bambam como VJ”, justifica José Wilson. A grande final vai ser dividida em dois dias e ser transmitida ao vivo. O grande vencedor vai assinar contrato de seis meses e apresentar um programa diário na emissora. “O formato do programa ainda não está definido. Ele vai depender do perfil do VJ”,

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