Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam o rock?in roll. Parafraseando um versículo bíblico, vejo que o dia ensolarado, a boa estrutura, o local privilegiado e a excelente organização contribuíram para o bem dos milhares de devotos da música curitibana, que passaram momentos agradáveis no Acorde Curitiba Rock.
O festival de música independente, que aconteceu no domingo passado, na Chácara Bebedouro do Arco-íris, em São José dos Pinhais, reuniu perto de três mil pessoas e deixou aberto o espaço para outros eventos similares na capital.
Acostumado com programas de índio organizados com poucos recursos e sem nenhum apoio comercial, fui para o Acorde Curitiba Rock preparado para ver um local sem infra-estrutura, banheiros fedorentos e algumas confusões causadas pelo excesso de álcool e outras substâncias. Realmente achei que o encontro de bandas seria ?sofrível?, mas errei. O clima de ?paz e amor?? era saudosista e remetia aos anos sessenta, que só conheço de ouvir falar. Mas se de fato era como aconteceu aqui no domingo, com certeza foi muito bom.
Márcio Barros |
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O palco foi suficiente para o bom desempenho da bandas. |
O gramado verdinho da chácara aos poucos foi ficando cheio, e os grupinhos de amigos iam se juntando aos outros grupos, e de repente o gramado não aparecia mais. O que se via era a multidão, que com as mãos levantadas, cantava junto com as mais de 15 bandas de rock de Curitiba, que dividiam o palco durante o evento.
A festa começou por volta de 14h e durante a tarde ensolarada e até às 2h da madrugada de segunda, teve gente que não arredou o pé. O palco era médio, mas suficiente para o bom desempenho das bandas, que esbanjaram qualidade e experiência. Todas sem exceção, foram aplaudidas excessivamente, mostrando que o rock curitibano, além de um público fiel, fugindo da tietagem e do círculo de amigos, é um ótimo mercado para ser explorado pelos empresários.
A organização do festival acertou nas parcerias, e também na forma como conduziu todo o cronograma de atividades. As equipes que trabalharam nos bares, na praça de alimentação, na limpeza dos banheiros, etc, atuaram de forma espetacular. Mesmo com uma imensidão de pessoas, não havia lixo no chão e tudo transcorreu da melhor forma possível.
No backstage, a imprensa foi tratada com respeito e os artistas, todos no mesmo espaço, dividiam a alegria de fazer o que gostam, tocar para pessoas de bem com a vida.
Márcio Barros é repórter de O Estado do Paraná.
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