Rio (AE) – O poeta e crítico de arte Ferreira Gullar é o grande homenageado de hoje à noite, na Academia Brasileira de Letras, que entrega seus prêmios aos intelectuais que se destacaram no último ano. São ao todo cinco láureas por trabalhos literários específicos, mas Gullar receberá o Machado de Assis, pelo conjunto da obra, que engloba dezenas de livros de poesia e ensaios, além de sua produção mais recente: duas histórias infantis, Dr. Urubu e Outras Fábulas e Um Gato Chamado Gatinho.
?Não esperava este prêmio porque ninguém se candidata a ele?, comentou esta semana o poeta, que teve a alegria da homenagem sombreada pela morte do artista plástico Franz Weissmann, seu amigo de quase meio século.
Embora o Machado de Assis seja um convite implícito para quem o recebe se candidatar à Academia, Gullar não pensa no assunto. ?Nunca fui cândido, embora considere uma instituição importantíssima. Só não tenho perfil para concorrer.?
Gullar, que é mais conhecido como poeta, diz que perdeu a conta dos livros que escreveu, até porque nunca os planejou. ?Pelo contrário, a gente escreve todo dia, ao longo dos anos, porque não escolhe, a poesia é que nos escolhe. Um belo dia, o livro está pronto. Parece que completou o seu ciclo. Talvez por isso meus livros sejam sempre diferentes uns dos outros.?