O aniversário de 50 anos do Teatro Guaíra é só no dia 23 de novembro, mas o calendário festivo começa neste final de semana, com a abertura da temporada 2003 da Orquestra Sinfônica do Paraná. No programa, a Sinfonia n.º 5 em Mi Menor (op.64) e Abertura 1812 (op.49), de Tchaikowsky. A Banda de Música Sindacta II, da Força Aérea Brasileira, participa da segunda parte do concerto. As apresentações acontecem na sexta, às 20h30, e no domingo, às 10h30.
E no mês que vem entram em cartaz cinco produções internacionais, com espetáculos de dança e teatro. Estão agendados Just Another Landscape for Some Jukebox Money, com o grupo belga Les Ballets C da la B / Koen Augustijnen; Tango Nómade, com o grupo Andar e Ronda, com o La Arena, ambos da Argentina; Amloh, Como Lo Dijo Hamlet, com os franco-hispano-chilenos do Teatro del Silencio e Underground River e Persephone, com a norte-americana Jane Comfort and Company. No segundo semestre, o saguão do grande auditório ganhará uma instalação cenográfica concebida por Fernando Marés, sobre os 50 anos da casa.
A programação foi anunciada ontem por Nitis Jacon, diretora do Guaíra, em entrevista da qual participou Vera Mussi, secretária de Cultura. Segundo elas, as comemorações do cinqüentário visam a um intercâmbio com o interior do Paraná e países do Mercosul.
O diálogo com o interior é o que Nitis chama de “paranização” do Guaíra. É ela quem traduz: “Trata-se de um processo de interiorização com ações que estimulem a criatividade e iniciativas nas áreas de produção, capacitação, captação e gestão de projetos artísticos. Para isso estamos dispostos a trocar experiências, dividindo o conhecimento, para que as cidades do interior tenham condições de realizar suas produções. E a partir daí, nossa intenção é montar uma rede de circulação intensiva desses espetáculos por todo o Estado”. Mas ela avisa: “Tudo isso vai depender da qualidade artística dessas produções. Não vamos montar `oficininhas’ para levar ao interior, mas estamos preparando equipes com agentes culturais profissionais”. Já sobre o Mercosul, grupos teatrais do Paraná participam, de 2 a 7 de maio, em Puerto Iguazu, do Festival da Tríplice Fronteira.
Também está nos planos o tombamento do complexo do Teatro Guaíra, compreendendo ainda a restauração, conservação e limpeza das partes interna e externa do edifício, bem como a manutenção de toda a parte elétrica e a instalação de equipamentos de segurança e vigilância. “Queremos que esse prédio, que significa tanto para os paranaenses, esteja impecável para a comemoração dos 50 anos. E o tombamento vai protegê-lo, impedindo que venha a ser destruído ou descaracterizado”, comentou Nitis. Nem ela nem a secretária informaram porém o custo de projeto. Só foi divulgado o orçamento total para este ano, correspondente a 9,8 milhões de reais. “É um orçamento pequeno, reconhece Nitis, lamentando: “Sequer previa as comemorações dos 50 anos”.