A viagem no tempo está apenas no começo. Na noite de ontem, um clima de nostalgia tomou conta do auditório de uma certa rádio no Rio de Janeiro. No palco, artistas como a cantora de marchinhas Emilinha Borba, consagrada musa do rádio no início da década de 50. Foi o retorno da Rádio Nacional, que teve a presença do presidente Lula.
No auditório da rádio, Lucinha Lins, Carmélia Alves, Jamelão, Cauby Peixoto e Marlene. Personagens que fazem parte da história da emissora que desde ontem, renovou suas instalações e seu encanto, relembrando as melodias do passado e abrindo espaço para novos talentos. Tudo isso no mesmo local onde, em 1936, a Rádio Nacional foi inaugurada: o Edifício A Noite, prédio número 7 da Praça Mauá, centro do Rio. De lá, foram transmitidas as radionovelas que deram início a um tipo de dramaturgia muito especial capaz até de dividir o cotidiano dos brasileiros em antes ou depois de cada programa.
Na década de 40, as radionovelas Em busca da Felicidade e O Direito de Nascer emocionavam o País. Pela emissora, passaram atores imortais como Walter D?Ávila, Mário Lago, Oduvaldo Viana, Paulo Gracindo e Henriqueta Brieba. Os cantores mais respeitados da época se enfrentavam em concursos badalados nos palcos e auditórios agora restaurados. As obras começaram em janeiro deste ano. Financiadas pela Petrobras, custarão ao todo R$ 1,7 milhão.
Além da reforma física, novos equipamentos foram comprados. “Adquirimos um transmissor de 50 quilowatts que irá substituir o velho, que tem quase 30 anos e está precisando descansar um pouco”, brinca Cristiano Menezes, chefe do escritório da Radiobras no Rio de Janeiro. Mas as reformas e a compra de aparelhos são parte apenas da primeira fase da reforma. O segundo momento será marcado pela construção do espaço físico do Museu Rádio Nacional e a recuperação do 20.º andar do prédio.