A visão de Bené Fonteles do semi-árido baiano no Museu Oscar Niemeyer

O artista plástico Bené Fonteles apresenta em 42 fotos parte de sua visão poética sobre Gameleira, cidade do semi-árido baiano. As imagens, a serem expostas no Museu Oscar Niemeyer a partir do próximo dia 30, às 11 horas, compõem o livro Ausência e Presença em Gameleira do Assuruá. O artista fará no dia da abertura, às 17h, uma visita guiada pela exposição. A visita guiada é aberta ao público interessado.

Integralmente produzido pelo artista, o livro, com cerca de 600 fotos, foi lançado em São Paulo durante o Fórum Mundial de Cultura, no Sesc Pompéia. As fotos e o material usado na produção da publicação, as provas, os textos e o projeto gráfico, constituem a exposição que acompanha o lançamento do livro nas principais capitais do País.

?Levei dois anos para fazer o trabalho, que conta com mais de 1,5 mil fotos. O livro é uma obra completa, pois o artista plástico, o gráfico e o escritor se encontram para utilizar a fotografia como linguagem. É o artista apaixonado pela textura, pelas formas, pela ação do tempo sobre as coisas?.

Com o desejo de mostrar sua ausência e presença do lugar que conheceu e com as pessoas que conviveu, o artista utiliza como metáfora um pequeno banco de madeira e couro curtido, presente na maioria das fotos. Objeto comum nas casas, o banco, chamado de tamborete, é também usado como tambor nas festas populares de cururu e siriri. ?O banco como metáfora poética serve também para partilhar minha ausência e presença implícita nele e no exterior de cada ambiente. Deixo a imaginação penetrar e pertencer ao interior das casas e comungar, com o olhar atento, a deslumbrante paisagem agreste que domina a Serra do Assuruá?.

Fio condutor do livro e da exposição, o tamborete compõe, com fotos de três metros por dois metros, as duas instalações apresentadas na mostra. ?Era impossível não ficar tocado por sua forma sintética e útil (…) Do encanto veio o desejo de fotografá-lo frente às casas, becos e cercados, dialogando com a cidade de Gameleira, como forma de me inteirar e pertencer também ao seu espaço cênico?.O resultado é um trabalho intimista, carregado de poesia.

Toda a verba arrecadada com o livro, vendido ao preço simbólico de R$ 60,00, é revertida para ações sócio-ambientais de Gameleira, promovidas pelo Centro de Assessoria do Assuruá (CAA), uma organização não-governamental. O livro poderá ser adquirido no dia da abertura e depois na loja do Museu. A comunidade que serviu de inspiração para a edição do livro também ganhou uma exposição inteira para circular pelas cidades do agreste baiano.

O artista

Bené Fonteles, de 52 anos, nasceu em Bragança (PA), e desde os 6 anos de idade já morou em sete estados brasileiros, experiência que considera fundamental para o desenvolvimento de seu trabalho artístico. Ele iniciou a carreira no início da década de 70, em Fortaleza (CE), onde se tornou também jornalista e editor de arte. Em 72, iniciou seu trabalho de animação cultural, curadoria e montagem de mostras por quase todo o País.

Da década de 70 até 2000 participou de inúmeras exposições no Museu de Arte Contemporânea da USP, Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Galerias da Funarte no Rio, Museu de Arte de Brasília, Instituto Itaú Cultural e Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Também participou das bienais internacionais de São Paulo em 73, 75, 77 e 81.

Entre 1983 e 86 dirigiu o Museu de Arte da Universidade Federal de Mato Grosso, desenvolvendo trabalho ligado à multimídia e a ecologia. A partir dessa atuação, criou e participou de várias associações e movimentos em defesa do meio ambiente. O mais importante, e ao qual se dedica até hoje, é o Movimento Artistas pela Natureza.

Criado e coordenado pelo artista, desde 1986, o movimento foi lançado durante a Bienal Internacional de São Paulo de 87. O movimento mantém parcerias com diversas ONG?s brasileiras e com órgãos como a Unesco, Ibama-Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Cultura e CNBB.

Serviço:
Ausência e Presença em Gameleira do Assuruá.
Data : 30 de abril a 26 de junho
Local: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico ? CEP: 80530-230
Telefone: (41) 350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados
(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental, pré-agendados não pagam).
Agendamento prévio para escolas pelo e-mail: agendamento@mon.org.br ou pelo telefone (41) 350-4418, de terça a sexta, das 10h às 18h

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