Do primeiro sucesso Billy the Kid, passando por Bete Balanço, Pro dia nascer feliz até Por você e Puro êxtase. A trajetória de uma das mais tradicionais bandas de rock do brasil é contada no livro Barão Vermelho – Por que a gente é assim, da Editora Globo.
Junto com o livro, gravações inéditas do início da carreira podem ser conferidas no CD que vem no encarte, escrito por Frejat. Lançado na semana passada, o livro é definido como a imagem da banda, produzido pelo baterista Guto Goffi, pelo produtor Ezequiel Neves e pelo jornalista Rodrigo Pinto. Na obra, são retratadas as festas, os envolvimentos amorosos de Cazuza e o consumo de drogas que renderam uma prisão, durante turnê em São Paulo.
O trabalho partiu de textos que Goffi escrevia desde 2000, de conversas que mantinha com os companheiros durante as viagens da banda. ?Retomei as entrevistas com cada integrante, com quem tive longos bate-papos. Logo depois comecei a fazer a pesquisa iconográfica?, contou Pinto, responsável por toda a pesquisa do projeto. Segundo ele, a idéia original era fazer um scrapbook da banda, o que não se revelou viável para o mercado brasileiro. ?Nossa preocupação foi de garantir o acesso do livro aos fãs da banda?, disse o jornalista.
Além do texto, os autores procuraram utilizar elementos visuais que retratassem mais de duas décadas da carreira do Barão, como filipetas, ingressos e crachás que simbolizassem os diversos períodos pelos quais a banda passou. Integram esse material aproximadamente 300 fotos, escolhidas a partir da análise de milhares de imagens do acervo pessoal e de fotógrafos de todo o País, inclusive de amadores.
O livro chegou às livrarias nesta semana, após o lançamento para 1.500 pessoas no Circo Voador, no Rio de Janeiro, na semana passada. O lançamento em outras cidades brasileiras está sendo pensado para o início de janeiro de 2008.
Histórias
A postura atritante de Cazuza com a platéia na fase inicial da banda é uma das histórias abordadas pelo livro. Com a saída do vocalista, o Barão passou por uma fase difícil, quando a freqüência das turnês não era mais a mesma de antes.
Ao lançar o disco Declare guerra, em 1985, a tecnologia prensada que foi utilizada se revelou muito moderna para as vitrolas brasileiras, de acordo com Pinto, e foi um fracasso de venda. ?O disco de vinil não tocava na casa das pessoas e as próprias lojas começaram a devolver os discos para a gravadora?, contou. A banda demorou mais dois discos para voltar ao auge.
Ficha técnica
Barão Vermelho – Por que a gente é assim. Guto Goffi, Ezequiel Neves e Rodrigo Pinto. 312 páginas. R$ 49.