Próximo aos 6 anos começa a transparecer o lado sombrio de Damien. continua após a publicidade |
O dia de hoje, 6 de junho de 2006 – ou numericamente 06/06/06 – marca o início do fim, com a ascensão do domínio do Mal definitivo sobre a humanidade. Pelo menos é esse o principal argumento do roteirista David Seltzer em seu remake de A profecia (The omen), que tem hoje a sua estréia mundial, em uma grande jogada de marketing da Fox.
Inspirado no clássico de 1976, estrelado por Gregory Peck e dirigido por Richard Donner, o suspense ganhou uma nova roupagem, adequando-o aos dias atuais. As guerras constantes, mudanças climáticas extremas e acontecimentos políticos, como o Tratado de Roma, são o cenário para o início do reinado do Anticristo, marcado por Satanás pelo número 666. E ele não poderia ter vindo ao mundo em outro ambiente senão o da política.
Robert Thorn, interpretado por Liev Schreiber, é um aspirante ao cargo máximo da diplomacia e é o ?escolhido?? para ser o pai do pequeno Damien, órfão que teria perdido a mãe no parto, coincidentemente no mesmo dia em que a esposa de Robert, Kathryn (Julia Stiles), perdera o bebê que esperava. Por amor à esposa, ele aceita receber Damien como filho e a omissão da verdade é apenas uma jogada para poupar Kathryn do sofrimento.
A besta não perde tempo e em uma jogada de mestre – um acidente perfeito-, consegue promover Thorn ao cargo de diplomata dos Estados Unidos na Grã-Bretanha, provocando a mudança da família da Itália, onde estão os segredos e a chave para o aniquilamento do Mal.
Próximo ao aniversário de seis anos – aí está mais uma vez o número cabalístico, Damien começa a deixar transparecer o seu lado sombrio, reforçado por uma série de incidentes e acidentes que se seguem, como o suícidio de uma babá ou o ataque à própria mãe quando se aproxima de uma igreja. É próximo ao sexto aniversário de Damien que ele ganha como protetora a babá Bailock, interpretada pela mesma Mia Farrow que fez as vezes da mãe do Anticristo no inesquecível clássico de horror O bebê de Rosemary, de Roman Polanski.
Ela e mais alguns nada dóceis rottweillers dão a ajuda necessária para que o menino siga a sua missão, que só poderá ser interrompida por um pai ateu, que se vê em meio a um conflito entre a realidade e o inverossímil, permeado pelas evidências assustadoras corroboradas pelas investigações do paparazzi Jennings (David Thewls). O filme não deixa de ser um convite à reflexão sobre a fé e as convicções espirituais que nos cercam, mesmo que não consiga fugir ao padrão fantástico.