Foto: Divulgação

Belíssimo espetáculo Carmen, história de paixão e morte.

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Quando num mesmo palco se misturam paixão, emoção e energia – em grandes doses – o resultado é um fenômeno. É exatamente isso que o público curitibano pode esperar do espetáculo Carmen, da Compañia Antonio Gades de Flamenco. Logo mais às 21h, no Teatro Guaíra, o que se verá será a fusão da beleza da peça – uma história de paixão e morte -, à maestria de Gades e à força da cultura espanhola. Tudo isso num inquieto sapateado.

A turnê chega em Curitiba já tendo feito Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador ficarem de pé para aplaudir. A coordenadora técnica Marise Lima explica o porquê da aclamação. ?Gades era apaixonado e extremamente dedicado à dança e à cultura espanhola e a companhia, hoje, mantém esse respeito e dedicação ao mestre e à arte. A dança dos bailarinos é quase uma obsessão: é a vida deles. E o público sente essa paixão, quando vê que o sapateado não pára durante toda a apresentação (de quase uma hora e meia)?, diz.

Deve ser, certamente, um impacto sentir, em cena, toda essa paixão e energia que os bailarinos têm. Porém, não apenas a dança e a expressão, mas a obra – Carmen – também promete reação. ?Todas as mulheres têm um quê de Carmen: uma mulher indecisa, vivendo uma paixão. Toda mulher um dia passa por isso?, comenta Marise.

Em coreografia, cenário, figurino e iluminação, a história (re)contada pelo flamenco de Gades é única. ?Carmen era uma novela do século XVII, que Bizet gostou muito e adaptou o texto em ópera. Desde Bizet, a peça já teve várias adaptações. Mas, mesmo se tratando de uma personagem espanhola, a primeira coreografia na versão espanhola, do flamenco, foi feita por Gades. Na época foi um sucesso (estreou em 1983) e até hoje é um fenômeno já visto em todo o mundo. A idéia de Carmen sobreviveu pela qualidade que Gades aplicou a ela: extremamente fiel?, explica a coordenadora da turnê.

Criador

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Espanhol, da Província de Alicante, Gades entrou para uma academia de flamenco aos 15 anos de idade. Bastou três meses, na época, para ser notado. Foi para a companhia de Pilar Lopez, onde ficou nove anos. Em 1961, fundou o próprio corpo de baile. Na época ele atuou como bailarino e coreógrafo na Itália. De volta a Espanha, entre 1978 e 80, ele foi diretor do Balé Nacional da Espanha e, em seguida, fundou a própria companhia.

Entre os destaques de Gades estão Suíte de Flamenco (1968), Bodas de Sangue (estreada em 1974, em Roma), Carmen (1983) e Fogo (1989). A última produção dele foi Fuenteovejuna, que estreou na Ópera de Gênova, em 1994. Gades morreu de câncer aos 67 anos, em 2004.

Companhia

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Para perpetuar sua memória e paixão pela dança, Gades deixou uma fundação e a (nova) Compañia Antonio Gades. Na direção, ficou Stella Arauzo, primeira bailarina de Gades por mais de 20 anos. Ela é a Carmen, desde 1988. A nova companhia de Antonio Gades estreou em agosto de 2005, com Carmen, em Verona, na Itália. Em janeiro de 2006 as turnês começaram.