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‘A Mata Negra’ investe em estética trash

Com A Mata Negra, o diretor Rodrigo Aragão tenta inseminar o gênero terror com temas populares brasileiros. A proposta não é nova – está na base do cinema de José Mojica Marins, o cult e clássico do horror nacional com seu personagem Zé do Caixão. Mojica tinha sacadas geniais e as mesclava ao trash comum a esse filão.

Em A Mata Negra, Clara (Carol Aragão, filha do diretor) é uma garota criada por um senhor idoso. Um dia, ela encontra um moribundo que lhe confia O Livro Perdido de Cipriano. A partir daí, Clara é sugada por um turbilhão de aventuras, magia negra, cenas assustadoras e sangue, muito sangue.

Recheado de boas ideias, o filme paga, no entanto, o preço de suas referências e envereda por uma estética trash intensificada no final. Esse excesso de ênfase acaba por enfraquecê-lo. No entanto, fica a ecoar a voz de um pastor corrupto (Jackson Antunes) e duas de suas frases: “Produza alguém para o povo odiar e eles te seguirão”. E, por fim: “Ainda acabarei presidente desta m. de país”. Aprofundasse esse caminho, o filme andaria muito melhor.

A Mata Negra

(Brasil/2018, 98 min.) Dir. Rodrigo Aragão. Com Carol Aragão, Jackson Antunes, Clarissa Pinheiro

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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