Quando assistiu, há alguns anos, à montagem americana do musical The Drowsy Chaperone, na Broadway, Miguel Falabella gostou muito, mas não ficou animado a participar de uma versão nacional. Até foi sondado por um produtor, porém, recusou. A situação mudou no momento em que ele foi novamente convidado, agora para participar de um projeto educacional do Sesi de São Paulo que incluiria a encenação daquele musical.
“Fiquei animado, especialmente depois que eles aceitaram minha sugestão de ambientar The Drowsy Chaperone na São Paulo do início do século passado”, disse ele, que assina a tradução e a direção de A Madrinha Embriagada, que estreia nesta quarta-feira, 14, para convidados e sábado, 17, para o público. Orçada em R$ 12 milhões (sem uso de leis de incentivo), a montagem traz a nata do musical no Brasil, como os atores Stella Miranda, Saulo Vasconcelos, Sara Sarres e Kiara Sasso. E, para completar, a temporada, prevista para 11 meses, oferece ingressos gratuitos.
“A intenção é justamente formar plateia para o gênero musical que, apesar de já contar com bom público, tem potencial para crescer ainda mais”, conta Cleto Baccic, ator e produtor, com participação nas montagens de Cats e Mamma Mia!, e agora um dos principais condutores do projeto. De fato, A Madrinha Embriagada cai como uma luva nesse plano por seu aspecto didático e, ao mesmo tempo, de entretenimento.
Na versão de Falabella, a trama começa quando um fã de musical, apenas denominado como o Homem da Poltrona (Ivan Parente), resolve ouvir um long play com a trilha de um de seus espetáculos preferidos, A Madrinha Embriagada, montado em São Paulo em 1928. “A escolha não foi à toa, pois Miguel quis fazer uma apologia à Semana de Arte Moderna que aconteceu seis anos antes”, comenta Parente, cujo personagem, com humor e fina ironia, questiona os musicais atuais.
E, ao botar o disco na vitrola, a montagem se materializa no palco como uma mágica: trata-se da história de uma musa do teatro, Jane Valadão (Sara), que vai deixar os palcos para se casar com o empresário Roberto Marcos (Frederico Reuter). Como costume da época, uma madrinha é contratada para cuidar da noiva antes do casamento – no caso, por sua madrinha embriagada (Stella). O dono do teatro, Iglesias (Saulo), tem motivos de sobra para que esse casamento não aconteça. Com a ajuda da corista sem talento, Eva (Kiara), Iglesias contrata um amante argentino, Aldolpho (papel de Baccic, momentaneamente interpretado por Floriano Nogueira), para atrapalhar essa união.
A MADRINHA EMBRIAGADA – Teatro do Sesi. Avenida Paulista, 1.313. 3146-7405. 4ª a 6ª, 21h; sáb., 16h e 21h; dom., 19h. Grátis – reserva antecipada de ingressos em www.sesisp.org.br/ingressomadrinha. Até 29/6/14.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.