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A límpida estranheza de David Lynch

Em “David Lynch: A Vida de um Artista”, direção de Jon Nguyen, Olivia Neergaard-Holm e Rick Barnes, o próprio Lynch descreve sua vida enquanto trabalha em seu estúdio. Suas mãos moldam e pintam, enquanto ele reflete sobre sua trajetória, da pequena cidade de Missoula até algo que muda tudo, uma bolsa de estudos do American Film Institute, que viabilizou seu primeiro longa, Eraserhead.

Mas o doc para por aí. Não avança até os grandes sucessos cult de Lynch, “Veludo Azul” e “Twin Peaks”. Limita-se aos, digamos assim, materiais de construção com que ele trabalha para criar os pilares de sua carreira de cineasta. É um Lynch pré-cinema, mas que ajuda demais na compreensão do Lynch cineasta.

Em especial, por sua atenção aos dados da mente profunda, do acaso, a importância da escolha das imagens, a preservação do mistério das coisas, os limites da compreensão racional – tudo isso que, aplicado em filmes, resulta numa obra de límpida estranheza, mas que não deixa de tocar seu público. Apenas se comunica em um nível segundo, numa espécie de conversa íntima de inconsciente para inconsciente.

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