A intimidade com a luz revelada no papel

A comunhão entre luz, linhas e sombras se transfigura em imagens geométricas na vertente mais artística do trabalho da fotógrafa Zaclis Veiga. É com esses elementos que ela constrói as fotografias de “Luz, Linha, Papel”, exposição que permanece em cartaz até o dia 17 de outubro no Teatro Bento Mossurunga, em Castro.

Acostumada a trabalhar com fotografia documental, Zaclis – que também é jornalista – se aventurou por um universo desconhecido até então. “Sou muito rígida com o documental e de repente me vi absolutamente livre. No começo foi angustiante, me deparei com vários elementos novos que me fizeram pensar a fotografia como linha, luz. Isso me ampliou o olhar”.

As formas surgidas do contato da luz com as linhas e o papel emergiram de uma nova experiência na trajetória da fotógrafa. Tudo começou com desenhos feitos com tinta nanquim, utilizando uma caneta feita de bambu, cuja característica rústica resultou em um traço mais indefinido. “Depois, surgiu a ideia de desenhar com a luz sobre o papel e fotografar essas formas. Acabou ficando tão interessante que decidi seguir com o conceito”, conta Zaclis.

Depois de alguns experimentos, ela percebeu que o texto do papel – que no início servia apenas como base – também formava linhas interessantes. Foi aí que ela aplicou o conceito para adaptar o tema do trabalho conforme o espaço onde será exibido. Nesta exposição, Zaclis lançou mão da partitura impressa da valsa “Vêm”, do maestro e compositor brasileiro Bento Mossurunga, como suporte para a nova experiência.

“Com certeza essa obra ampliou a minha visão. Essa liberdade fez nascer um ganho estético, plástico à fotografia documental”, diz a fotógrafa, que pretende dar continuidade ao trabalho, sempre adaptando o tema conforme o ambiente onde será exibido.

Serviço:

Luz, Linha, Papel
Até 17 de outubro
Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Galerias Ondas do Yapó
Teatro Bento Mossurunga
Praça Manoel Ribas, 43
Centro – Castro/PR
Informações: (42) 3906-2132