A-ha revive a new wave no Rock in Rio debaixo de chuva

Desta vez não foram 198 mil pessoas, como em 1991 – mas o A-ha reviveu a new wave 24 anos depois no Rock in Rio na noite deste domingo, no Palco Mundo.

A banda veio com um novo disco, Cast in Steel, lançado no início do mês, mas polvilhou a apresentação com grandes sucessos do passado entre as novas canções, e, mesmo sob a chuva que caía sobre a Cidade do Rock, balançou os fãs, que se dividiam entre os jovens KatyCats, fãs de Katy Perry, e muitos outros oriundos de gerações um pouco mais antigas, que cantavam com entusiasmo hits como Cry Wolf e Crying in the Rain – apropriada canção originalmente lançada pelos The Everly Brothers, regravada pelo A-ha em 1990. Com visíveis problemas no ponto de retorno colocado em seu ouvido direito, Morten Harket não parecia à vontade, segurando para não desafinar em mais de um momento.

Pouco antes, e sob pingos mais intensos, o duo inglês AlunaGeorge entregou seu eletropop que não merecia a chuva e mesmo assim causou uma boa impressão. Os hits Your Drums, Your Love e You Know You Like It são daqueles que fazem até os mais cansados irem para a pista.

A dupla acumula milhões e milhões de visualizações no YouTube, com elogios da crítica no Reino Unido – em 2013, quando lançaram Body Music, seu único álbum, eles foram eleitos como o “som para se ouvir” pela BBC e finalistas do prêmio da crítica no BRIT Awards, galardão mais importante da música naquele país. Tudo foi justificado no domingo.

Eles ainda foram escalados para o Rock in Rio de última hora – quem se apresentaria no horário seria a sueca Robyn, que disse, no início do mês, que não se recuperou da morte do músico Christian Falk, que trabalhava com ela.

O último e mais eclético dia do Palco Mundo do Rock in Rio 2015 começou com a mistura conhecida de reggae e pop rock do Cidade Negra, banda veterana que voltou ao festival depois da última passagem em 2011. Cheio de canções consagradas cantadas pelo público do início ao fim, a banda iniciou a festa – foi a escalação mais heterogênea desses sete dias de Rock in Rio.

E foi um reggae solto, radiofônico. O Cidade Negra soube conduzir o show com sua dose de nostalgia e uma canção inédita. “Faz barulho quem está insatisfeito com o que está acontecendo lá fora!”, gritou Toni Garrido, vestido num colorido e cintilante blazer. A resposta do público foi barulhenta, mas não passou disso no quesito política.

Foi a primeira vez que uma banda de reggae tocou no Palco Mundo, o principal da arena Cidade do Rock, desde que ele foi criado, em 2011 – Vamos Fugir foi entoada como uma homenagem a Gilberto Gil, “o pai do reggae brasileiro”, segundo o vocalista.

Mesmo antes da chuva que se anunciava forte no início da noite, os KatyCats circulavam em grande número pela Cidade do Rock já nas primeiras horas da tarde de domingo, reforçando a tese estabelecida no dia anterior. Para o Rock in Rio, parece cada vez mais claro que as estrelas do pop possuem um poder de atração um pouco maior – pelo menos, em quantidade – do que bandas estabelecidas de heavy metal, caso do dia do Slipknot, a última sexta-feira, 25, que testemunhou os “corredores” da Cidade do Rock mais vazios do que os dois dias deste fim de semana dominados pelos músicos acostumados aos topos das paradas ao redor do mundo.

Também por isso, a maior estrela da noite em dia de superlua (cuja aparição foi testemunhada na Cidade do Rock antes que as nuvens tomassem conta do lugar) era mesmo Katy Perry: já no fim da turnê The Prismatic World Tour, que começou em 2014, ela veio cumprir a missão que já foi de Iron Maiden (em 2013) e Guns N’ Roses (em 2011): encerrar o festival que reuniu 600 mil pessoas em sete dias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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