Exibida em 2003, a minissérie A Casa das Sete Mulheres, da Globo, tinha ares de épico. E isso se dava pelo conjunto da obra. Pela assinatura do diretor Jayme Monjardim – e suas tomadas generosas das paisagens gaúchas.

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Pela trama dramática habilmente conduzida pelos autores Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão, numa adaptação da obra de Letícia Wierzchowski ambientada no Sul do País, durante a Revolução Farroupilha, no século 19. E pelo grande elenco, encabeçado pelas sete protagonistas, Ana Joaquina (Bete Mendes), Maria (Nívea Maria), Manuela (Camila Morgado), Rosário (Mariana Ximenes), Mariana (Samara Felippo), Caetana (Eliane Giardini) e Perpétua (Daniela Escobar) – sem contar nas outras figuras femininas relevantes da trama.

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Assim, mais do que pelos heróis, esse momento da História do Brasil era contada, na telinha, pelas heroínas. Uma das personagens principais, a doce e forte Manuela (Camila Morgado) tinha duas funções importantes na narrativa: da ação e da narração. Enquanto os homens da família iam aos campos de batalha, as mulheres isoladas numa instância enfrentavam a solidão e as adversidades, relatadas por Manuela em seu diário.

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Vinda do teatro, Camila Morgado foi aposta de Jayme Monjardim – que, não raro, dá papéis de destaque para novos talentos. A atriz tornou-se uma das revelações da minissérie. Sua interpretação dosava a fragilidade e a determinação exibidas pela personagem. Quem não torcia pelo romance de Manuela e do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi (em desempenho preciso de Thiago Lacerda)? Quem não ficou com o coração despedaçado ao ver a heroína deixada para trás após Garibaldi se apaixonar pela corajosa Anita (Giovanna Antonelli) durante a guerra?

No elenco, destacou-se também outro rosto até então desconhecido na TV, o ator gaúcho Werner Schünemann, no papel de Bento Gonçalves, líder dos farrapos e patriarca da família.

Assim como Camila, Werner foi uma aposta acertada em outro personagem-chave da história. O sotaque local e o talento que já havia sido reconhecido no cinema caíram como uma luva em seu Bento Gonçalves. Depois do sucesso de A Casa das Sete Mulheres, Werner seguiu carreira na emissora, assim como Camila Morgado.

Com elenco irretocável e investimento digno de superprodução, à la E o Vento Levou…, a minissérie entrou para a história da teledramaturgia brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.