Chapas de inox espelhadas e dança. O que uma tem a ver com as outras? A pesquisadora em dança Vera Sala uniu os dois elementos e deu origem à expansão dos movimentos do corpo dentro de um ambiente, com a produção de imagens fragmentadas e distorcidas. Não tem como identificar o que está dentro, o que está fora ou o que é real ou imagem refletida. Essa conexão está presente no espetáculo Pequenas mortes, que Vera Sala apresenta entre hoje e domingo na Casa Hoffmann, em Curitiba.

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Pequenas mortes tem como base o texto A vida desnudada, de Peter Pál Pelbart, e ganhou apoio do Prêmio Funarte de Dança. Todo o cenário, uma espécie de labirinto de chapas metálicas, foi projetado pelo arquiteto Hideki Matsuda. Com o artifício no palco, Vera consegue discutir a relação entre corpo e ambiente. “Este espetáculo tem como característica a expansão das qualidades do corpo. Havia também a necessidade de expandir este ambiente, de forma que o público também penetrasse no espetáculo”, afirma Vera. Os espectadores, enquanto assistem à artista, também poderão se ver nos “espelhos” formados pelas chapas de inox.

A música do espetáculo tem a assinatura de Daniel Fagundes, que também trouxe elementos externos ao palco para formar a sonoridade que tivesse um encontro perfeito com o conceito de expansão proposto em Pequenas mortes.

O espetáculo integra uma pesquisa, intitulada de corpo-instalação pela própria Vera Sala. O último trabalho de palco dela, o espetáculo Corpos ilhados – de 2001 -, apontou a necessidade de partir para uma nova pesquisa. Surgiu então uma trilogia de trabalhos e, entre eles, está Pequenas mortes. “Começou em 2007 com o que eu chamo de Pequenas mortes procedimento I. Em 2008 veio Pequenas mortes procedimento II, que eu trago para Curitiba desta vez. E depois destes dois trabalhos veio Pequenos fragmentos de mortes invisíveis, que já apresentei em São Paulo”, conta Vera.

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Ela é professora do curso de Comunicação das Artes do Corpo da Universidade Católica de São Paulo e integrante do Centro de Estudos do Corpo da mesma instituição. Vera Salas, juntamente com a produtora Marila Velloso, Hideki Matsuda e Daniel Fagundes, também participa amanhã de um bate-papo sobre o espetáculo.

Serviço

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Pequenas mortes, na Casa Hoffmann – Centro de Estudos do Movimento (Rua Claudino dos Santos, 58). Apresentações de hoje à sábado às 20h e domingo às 19h. Entrada franca.