A essência das questões humanas

Nada é mais angustiante do que conhecer nossa própria estupidez, e não saber lidar com ela. Esta é uma das inquietações do personagem vivido por Celso Frateschi no monólogo Sonho de um Homem Ridículo, que tem apresentações nos dias 22 e 23 de março, às 20h30, no Sesc da Esquina, dentro da Mostra Oficial do Festival de Teatro de Curitiba – Edição 2006.

Baseado no conto homônimo de Fiodór Dostoievski – parte do livro Diário de um escritor, publicado pela primeira vez em 1877 – o espetáculo gira em torno da figura de um homem que conhece sua condição de ser ridículo desde a infância. Num dia inútil, após ser abordado por uma menina que clamava por ajuda, ele não só recusa o apoio à criança, como a espanta aos berros. Volta para casa, e adormece ao invés de terminar sua existência.

O personagem, um niilista desiludido, resolvido ao suicídio, com visões do passado, do presente e do futuro histórico-cultural da humanidade, transita por um espaço onírico que tem como referência a Rússia do século XIX. "Dostoiévski levanta, com este, conto questões éticas fundamentais, fazendo uma ligação entre o contemporâneo e o imaginário do berço da nossa civilização", afirma Celso Frateschi. "Sua ideologia é também centrada no humano, mas se baseia em princípios por vezes, até mesmo contrários aos meus. Por isso optei pelo texto, pois quero dialogar com idéias que não são as minhas. É bem mais prazeroso e muito mais instigante".

A adaptação de Roberto Lage mantém o texto original, propondo um espetáculo que explora o essencial das questões humanas de Dostoievski. Para completar, a elementos como o chão do palco (que reproduz uma imagem do planeta Terra, visto do espaço) conduz o espectador à viagem que o personagem faz em seu sonho.

22 e 23 às 20h30 no Sesc da Esquina

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