Parecia o casamento perfeito, o do diretor Michel Gondry com o escritor francês Boris Vian, que ele adapta em A Espuma dos Dias. Para aumentar o interesse, o filme é interpretado por Audrey Tautou, Romain Durys e Gad Elmaleh, todos do primeiro time do cinema francês. Pior ainda que no filme de Pedro Almodóvar – Os Amantes Passageiros -, é bom diminuir a expectativa. A Espuma dos Dias não tem nem mesmo o efeito liberador de boas risadas ocasionais.

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Os críticos gostam de definir Boris Vian como um polimata. Engenheiro, escritor, poeta, tradutor, cantor e compositor, ele se identificou com os movimentos surrealista e anarquista. Na atualidade, é lembrado pelos romances e pelas canções – A Espuma dos Dias (Cosac Naify) está ganhando nova edição no País, coincidindo com o lançamento do filme.

O estilo de Vian é muito pessoal – foi um grande inventor de palavras e criador de situações surreais. Em A Espuma dos Dias – houve uma outra versão para o cinema nos anos 1960 -, ele conta a história de um casal. A mulher desenvolve uma doença rara. Uma flor desabrocha em seu pulmão.

Se você é cinéfilo e conhece o diretor Gondry (como não?), sabe que ele também possui afinidades com o surrealismo e tem uma linguagem que, às vezes, parece desconcertante por fugir às normas estabelecidas.

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Em A Espuma dos Dias, ele recorre até a stop motion para recriar a Paris descrita por Vian em seu livro. Onde mais você encontraria uma mesa de jantar construída sobre skates? Num certo sentido, o filme tenta ser mais surreal do que o livro. É a maneira de Gondry de tentar ser leal à escrita de Boris Vian.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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