São Paulo (AE) – Carlos Saldanha viveu dias intensos na semana passada, no Brasil. Esteve no Rio e em São Paulo para a pré-estréia de A era do gelo 2, deu horas de entrevistas e até gravou o Roda Viva que foi ao ar pela Cultura, na segunda-feira. Ele próprio ironiza – é a celebridade mais desconhecida do País. Saldanha brilha nos EUA numa categoria que não garante muita exposição às suas estrelas. Co-diretor de animação, sob a supervisão de Chris Wedge, em A era do gelo, ele assina agora, sozinho, o segundo desenho da série com Manny, Sid e Diego. A era do gelo 2 que teve estréia nacional nesta sexta-feira. Se é verdade que adulto precisa sempre do álibi de levar uma criança para ver desenhos animados (menos os do japonês Hayao Myiazaki), olhe ao redor e cate a primeira que vir, sua ou de parentes e amigos. A era do gelo 2 é ainda melhor do que o original.
É mais movimentado, mais divertido – e não tem o entrave sentimental que a história do bebê humano imprimia a A era do gelo.
No novo filme, o mamute, a preguiça e o tigre unem-se para uma longa jornada – o degelo da calota polar ameaça inundar o planeta, tema ecológico que Saldanha e sua trupe tratam com uma competência de fazer inveja à equipe (o astro Kevin Costner e o diretor Kevin Reynolds) que afundou com Waterworld – O segredo das águas. Manny, Sid e Diego, como todo o reino animal movimentam-se em busca de terras seguras. Manny pensa que é o último dos mamutes, mas encontra uma fêmea de sua espécie – só que ela pensa que é gambá, o que garante ao filme momentos hilários. Com as águas chegam as piranhas, peixes tropicais que Saldanha levou para a animação americana. E, paralelamente a todas essas histórias e personagens, correm as cenas com o esquilo, que continua perseguindo aquela noz gigantesca.