Quisera, neste momento, embora palidamente, homenagear a maior poetisa de nossa terra, Helena Kolody.
Desafortunadamente, não tenho qualificação, eis que nem versejar sei…
Encantei-me, sobremodo, com as mais variadas manifestações, como de Wilson Bueno e Miguel Sanches Neto, mas também a coracional saudação de Emília Belinati, na solenidade comemorativa dos noventa anos de nossa queridíssima poetisa.
A bibliografia de Helena Kolody, como sói ser, é vasta e, portanto, recheada de poemas, todos reveladores de extrema sensibilidade.
Basta relembrar, em “Caixinha de Música”, cuja magistral apresentação coube ao imortal Eduardo Rocha Virmond, o suave “Benedicite”.
“Pelos sonhos da alvorada
e as nuvens do entardecer,
pela barreira de espinhos,
pelo esplendor das colheitas,
bendita a graça de ser”.
Parece-me porém, que a melhor homenagem que possa prestar à Helena Kolody, é valer-me de sensibilidade de outra magnífica poetisa, Shirley Queiroz:
“Falar sobre Ela…?
É qual segurar,
nas mãos,
Frágil cristal…!
O mais sonoro…
Tão puro que,
Ao menor toque,
Toca…
…E vibra…!
Derrama
No espaço,
A música,
Mais linda,
A mais sublime
Que existe,
Entre
O céu
E a terra:
Sua poesia
Melodiosa…!”
Esta é inegavelmente, a doce e suave poetisa do Paraná.
Aquela que toca profundamente o nosso coração e que nos faz dela ter uma enorme saudade, tal como versejou:
“Um sabiá cantou.
Longe, dançou o arvoredo.
Choveram saudades”.
Luis Renato Pedroso
é desembargador jubilado, presidente do Centro de Letras do Paraná.