A ciência política no âmbito das universidades – A ação sobre os espíritos (XI)

O título desta matéria, que utilizamos, por 29 vezes nesta série, claro está, nos reporta às antigas comunidades gregas: Atenas, Esparta, Corinto, etc., ?cidades autônomas em relação ao campo que lhes devia obediência e pagava tributos? e, isto, no dizer respeitável do sábio Eberhard Welty, em A Constituição da ordem social.

O subtítulo acima, repetido por dez vezes, empregado pelo cientista político francês Jean Meynaud, em A ciência política – sua natureza e seu alcance – traduz em letras maiúsculas a razão de ser das universidades; levar o HOMEM a explicar-se e a explicar a totalidade que O RODEIA.

Percebe-se, em decorrência destes dois parágrafos, que título e subtítulo destes artigos se explicam e se compreendem integralmente; envolvem, teleológicamente, o sentido universitário.

O procedimento que leva os humanos a se compreenderem, na extensão máxima do seu ser, nos impõe e dispõe o entendimento dos motivos de sua necessidade: educação. Entre os gregos, diz o renomado escritor Welty, tinha como primazia a preocupação educativa como reguladora da vida. E continua: para os gregos, a sociedade da polis tinha um caráter de totalidade, isto é, era para os indivíduos não só o poder superior, mas também o fim obrigatório que determinava absolutamente os restantes valores.

Assim é que a ciência política, como disciplina universitária, não se pode dar ao extravio da descrição de termos, teorias e de cópias, muitas vezes esdrúxulas que, embora sendo também ciência, enjoam os estudantes por nada acrescentarem à sua formação, ao seu discernimento. À ciência política não basta referências ao instinto (de conservação); necessário se faz, também e, talvez, sobretudo, dirigir-se à razão.

Pedro Henrique Osório é professor universitário.

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