Rio de Janeiro – A 12.ª edição do maior evento cultural do Rio de Janeiro, ontem, no Pavilhão Azul do Riocentro, promoveu o encontro do leitor com o autor. Somente na programação oficial está prevista a participação de 264 escritores, em mais de cem eventos. De palestras para 600 pessoas, como a do americano Tom Wolfe no Auditório Fernando Sabino, hoje, abrindo o certame, ao tête-à-tête na Praça do Autógrafo.
?O autor hoje é uma estrela, como um galã de novela. As pessoas adoram Martha Medeiros, querem conhecer a Lya Luft, ficam sem fala diante do Luis Fernando Veríssimo. Por isso, ampliamos os espaços e oportunidades para o público encontrá-los?, explica a coordenadora da programação cultural da Bienal desde 1999, Rosa Maria Barboza de Araújo.
O pioneiro café literário é sucesso tão consolidado que os 160 lugares de cada sessão são ocupados no início do dia. ?Então, criamos o Imaginário do Autor, para o público entrar no ambiente do escritor. Eles falarão, na primeira semana, sobre fantasia (desejo, erotismo, paladares, beleza) e, na segunda, de subversão (marginalidade, fantasma, diabo, drogas, etc.)?, adianta Rosa Maria. Há itens imperdíveis na programação. Hoje o cirurgião plástico Ivo Pitanguy lembrará seu conterrâneo e amigo de toda vida de Fernando Sabino. No Jirau da Poesia, coordenado pelo poeta Claufe Rodrigues, Francisco Bosco (letrista de seu pai, João Bosco e de Ivan Lins) fala seus versos não musicais.
Amanhã será da França, país homenageado neste ano na Bienal, que enviou 16 escritores, do seminal Michel Butor, criador do nouveau roman, aos mais modernos Lolita Pille e Martin Page, sem esquecer Gilles Lapouge (especialista em Brasil). Há encontros inusitados, como o do psicanalista Jurandir Freire Costa com a jornalista Glória Kalil que falarão sobre beleza (dia 15) e Miguel Paiva com Garcia-Rosa (dia 18), sobre seus personagens, os escrachados Gatão de Meia Idade e Radical Chic e o seriíssimo detetive Spinoza.