A condenação de si próprio por conta dos erros (e até dos acertos) cometidos na vida. É em torno deste tema que o espetáculo A bicicleta do condenado ou a tragicomédia humana se apóia. Com estréia marcada para a próxima quarta-feira, a história é a última da trilogia do Projeto Arrabal, do autor espanhol Fernando Arrabal. As outras duas obras foram Fando e Lis (2006) que trata da busca de um lugar ideal para se viver, e Oração (2007), que fala sobre a doutrinação.
O coordenador e ator da peça, Isidoro Diniz explica que a condenação mostrada no espetáculo não é aquela relacionada às prisões, mas sim a condenação moral. ?É a condenação do ponto de vista ideológico. O simples fato de você desistir de alguma coisa já é uma condenação. A liberdade utilizada de uma maneira errada também pode levar a isso. A decepção das pessoas com uma série de fatos, como as religiões que enganam, por exemplo, também é uma condenação?, comentou o ator.
Para ele, apresentar questionamentos ao público é um dever do teatro. E nesta peça as respostas encontradas para a existência de cada um são otimistas. ?O primordial do teatro é questionar, propor reflexão ao público. O interessante é que o texto é antigo, de 1959, mas continua atual?, diz ele. Além de tratar dos dramas existenciais, a peça contextualiza a época, quando o Franquismo estava em seu auge e foi realizada a primeira reunião do Conselho de Direitos Humanos Europeu.
Diniz tem 30 anos de carreira, mas está voltando aos palcos agora, após cinco anos sem atuações. Ele vai substituir o ator Mateus Zuccolotto, um dos criadores do espetáculo que faleceu no ano passado. A direção é de Maurício Vogue e a cenografia e iluminação são do uruguaio Waldo Leon. No elenco, além de Diniz, estão os atores Giovana de Liz, Jéssica Beatriz, Mariana Gómez e Rogério Halila.
Serviço
A bicicleta do condenado ou a tragicomédia humana. Estréia no dia 13 de fevereiro de 2008, às 21 horas, no Teatro José Maria Santos (rua Treze de Maio, 655, centro de Curitiba). A temporada será de quarta-feira a sábado, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. Os ingressos custam R$ 5 e R$ 2,50 (meia entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Guaíra.