Depois de percorrer seis países em apenas oito meses para concluir “360”, Fernando Meirelles saiu contente da première mundial de seu novo filme, no fim de semana, no Festival de Toronto. Apesar dos problemas técnicos e alguns detalhes a finalizar. “Acabei de chegar da festa. São 2h20. Vou dormir satisfeito”, contou à reportagem. E explicou: “Infelizmente, houve um problema de som na projeção, um ruído muito alto invadiu a sala nos últimos 15 minutos, algum problema na mesa de som. Foi assim até o final e isso me tirou completamente do filme mas a vida tem destas. O diretor do festival veio pedir desculpas depois, em nossa festa. Muito civilizado.”

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Meirelles contou que ouviu muitos comentários positivos da plateia que assistiu ao filme, uma coprodução da O2 Filmes com o Reino Unido, França e Áustria. Orçado em US$ 15 milhões, tem no elenco nomes como Rachel Weisz, Jude Law, Anthony Hopkins, e os brasileiros Maria Flor e Juliano Cazarré.

Se Meirelles saiu satisfeito, o mesmo não se pode dizer da imprensa internacional que acompanha o festival. As opiniões sobre “360” foram, no mínimo, divididas. A ScreenDaily afirmou que o filme é “uma obra-prima de estrutura. Pontuado por uma série de performances que impressionam, passa por Viena, Paris, Londres, Rio de Janeiro, Bratislava e Phoenix. E expõe uma série de relacionamentos problemáticos. Há poucos links formais entre as diversas histórias – ainda que haja colisões e interações – enquanto o filme dá a volta ao mundo (o 360 do título) com esta série de pequenas histórias”.

Catherine Shoard, do Guardian, pareceu não ter visto o mesmo longa. A crítica, em tradução livre, afirmou que “o risco, e armadilha, que ‘filmes corais’, que misturam vários dramas, podem conter é que por vezes histórias que de fato são envolventes terminam rápido demais. E que se, mal conduzida, a natureza condensada de cada história se perde. Os personagens se tornam peças de uma engrenagem, as tramas rangem com a ‘predeterminação”.

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Distribuidores e compradores, porém, festejaram. “A boa notícia é que, durante a festa, segundo os agentes da Wild Bunch (que distribui ‘360’ no exterior), eles já estavam recebendo ofertas e acreditam que até sábado o filme fecha todos os mercados”, diz o diretor.

Hoje, será a vez de outro brasileiro fazer sua première: “Heleno”, de José Henrique Fonseca. Com Rodrigo Santoro no papel título (e na plateia), conta a história do jogador Heleno de Freitas. “É minha segunda vez aqui, mas isso não tira aquele friozinho na barriga, afinal será a estreia do filme numa tela grande (no maior cinema daqui) e para uma plateia de 700 cinéfilos. Os ingressos acabaram desde ontem”, disse o diretor. Já “360” terá seu tira-teima em 12 de outubro, quando abre o Festival de Londres. Os brasileiros terão de esperar até março de 2012 para tirar suas conclusões sobre o longa, que no País será distribuído pela Paris Filmes.

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