A proximidade das últimas colocações começa a provocar calafrios nos rubro-negros. Passados mais de 40% do Brasileirão, o Atlético não consegue tomar distância da zona do rebaixamento e já calcula a pontuação suficiente para permanecer na Série A. Situação semelhante à do ano passado na mesma altura do campeonato, mas em circunstâncias bem diferentes e agora mais preocupantes.
Em 16 rodadas, o Furacão somou apenas 17 pontos, o que equivale a um aproveitamento de 35%. Nas contas do técnico Vadão, o time deve melhorar o rendimento se não quiser amargar a degola. ?Na média dos últimos anos, quem fez 40% não caiu. Com um pouquinho a mais, como 45%, não se corre nenhum tipo de risco?, calcula o treinador atleticano.
O aproveitamento de 40% pregado por Vadão corresponde a 45 pontos ao final do campeonato.
Para atingir tal meta, o time precisa de mais 28 pontos nas 22 rodadas restantes – por exemplo, sete vitórias, sete empates e oito derrotas. Para ?não correr nenhum risco?, seriam necessários mais 34 pontos – algo como nove vitórias, sete empates e seis derrotas.
O histórico das duas últimas edições do Brasileirão – quando também caíram quatro times -mostra que o raciocínio de Vadão se aproxima da realidade. Em 2004, com 24 participantes, o Criciúma, melhor entre os rebaixados, teve aproveitamento de 36%.
No ano passado, quando eram 22 times, o Coritiba caiu conquistando 39% dos pontos. Como este ano são 20 participantes, a projeção matemática aponta que o aproveitamento para permanecer na Série A deve ser ligeiramente maior.
Em 2005, o Furacão vivia situação parecida após 16 rodadas – tinha 16 pontos e estava pouco acima da zona de rebaixamento. Mas o time, que se dedicou-se à Copa Libertadores nas primeiras rodadas, mostrava sinais de recuperação – vinha de quatro vitórias nos últimos seis jogos.
A reação se confirmou e o Atlético acabou em sexto lugar na competição.
De qualquer forma, Vadão já se preocupa com a possibilidade de enfrentar o Figueirense na zona de rebaixamento – hipótese que se confirmou ontem à noite com o empate do Botafogo com o Goiás. ?Falei aos jogadores para não se preocuparem com isso. Talvez seja um fator psicológico para a torcida e a imprensa, mas não pode nos influenciar. Quando todos folgarem, teremos chance de fazer três pontos?, afirma o técnico, lembrando que uma curta arrancada é suficiente para afastar o risco imediato. ?Vencendo duas ou três seguidas, entramos num bloco intermediário, já buscando vaga numa competição sul-americana?, observa.
Pode sobrar pra um zagueiro
Antes considerado o ponto forte da equipe, o sistema defensivo rubro-negro sofreu alguns questionamentos após as derrotas para Corinthians e Grêmio. E embora evite críticas diretas, o técnico Vadão já cogita abandonar o sistema com três beques na partida contra o Figueirense.
O treinador pensa em escalar um terceiro volante (Marcelo Silva) para reforçar a marcação no meio-de-campo. Neste caso, pelo menos um zagueiro deixaria o time – e esta seria a grande dúvida do técnico para o jogo de domingo.
Vadão deu a entender que Danilo, suspenso diante do Grêmio, será um dos titulares. ?Ele é o capitão e está voltando?, falou o técnico. Assumindo a condição de líder, Danilo aproveitou para cobrar mais empenho do time.
?Não podemos oscilar. Jogamos bem contra o Corinthians e deixamos a desejar diante do Grêmio. Já passou da hora de reagir?, falou.
Se o 4-4-2 for adotado, sobram três jogadores para a vaga restante – Alex, João Leonardo e César. Este último, estreante diante do Grêmio, pode ser mantido. ?Ele é experiente e tem boa liderança?, disse Vadão.
Como Jancarlos volta após cumprir suspensão e Ferreira deve se apresentar na sexta-feira após defender a seleção colombiana ontem, em amistoso contra o Chile, a outra dúvida do técnico está no ataque. Marcos Aurélio e Herrera são os principais candidatos à vaga de Dagoberto, expulso na rodada passada.