O time não foi oficializado, mas o técnico Zetti, ao que tudo indica, vai lançar mão do 3-5-2 para o jogo decisivo de amanhã – às 21h (no horário brasileiro), em Assunção -, frente ao Libertad. O ensaio final ocorrerá apenas na tarde de hoje, no Estádio Defensores del Chaco. Com a entrada do zagueiro Toninho na vaga do meia Gérson, o treinador busca um time equilibrado, capaz de anular as jogadas aéreas dos paraguaios e, ao mesmo tempo, mostrar um futebol envolvente e contundente.
?Não temos outra opção, senão atacar?, frisou Zetti. ?Mas é difícil impor uma marcação-pressão fora de casa. O jeito é adiantar o time.? Com essa postura, ocupando os espaços, o Tricolor espera repetir o bom futebol que apresentou no jogo da semana passada, em Curitiba. ?Só que com mais atenção. Naquela partida, sofremos uma virada em lances de bola parada.
Isso não pode se repetir?, sentenciou. A entrada de mais um zagueiro seria justamente para aumentar a estatura da equipe.
?O Libertad tem jogadores muitos altos.
E usa muito a bola alçada na área?, comentou o treinador. Zetti só não oficializou a presença de Toninho porque espera conversar primeiro com Vinícius Pacheco e vê-lo ao menos em um treino nessa função. Para não ?perder o meio-de-campo?, o jogador terá que auxiliar Xaves e Beto na marcação, esperando o momento certo para fazer uso da sua velocidade. Com a zaga segura e o meio coeso, o Paraná teria um volume maior de jogadas pelos flancos, com o avanço dos alas, além de Dinelson e Josiel mais avançados.
A comissão técnica vai aproveitar a viagem para realizar um trabalho mais intenso de recuperação emocional, após a perda do título estadual. ?Uma derrota numa final, da forma como ocorreu, representa a perda de prestígio. Por isso, precisamos trabalhar muito a cabeça de cada um desses jogadores, pois temos nova decisão nesta quinta e um Brasileiro começando no domingo?, disse o preparador físico Fernando Moreno.
Como precisa marcar ao menos dois gols para ter chances de classificação, além de ?cabeça fria? e uma postura contundente, o Paraná precisa recuperar sua qualidade nas finalizações. Na Libertadores, o Tricolor só não balançou as redes duas vezes, nos duelos frente ao Flamengo. Nas outras sete partidas, fez gols, sendo que nos dois jogos vencidos fora de casa – contra Cobreloa (2×0) e Unión Maracaibo (4×2) – construiu placares que, se repetidos amanhã, dariam a classificação às quartas-de-final ao Paraná.
Dinelson não concorda com críticas sobre individualismo
Visivelmente abatido com o fracasso na decisão do Paranaense, o meia Dinelson reconhece que não foi o mesmo de jogos anteriores, mas não concorda com críticas sobre o excesso de individualismo. ?Tenho o cuidado de ver o teipe de cada jogo. Não concordo que eu esteja, como alguns disseram, jogando pra mim e não pro time?, disse o meia. Responsável por muitos dos gols da equipe na temporada -com assistências perfeitas -creditou a ausência de gols à qualidade da marcação do Paranavaí.
?Se eu estivesse jogando pra mim, tentaria mais o gol. Busco o drible sempre visando um passe, um toque para o companheiro?, analisou Dinelson. O meia acredita no poder de reação do grupo, sem esconder a frustração com o revés do último fim de semana.
?A segunda-feira foi triste.
Mas não dá para baixar a guarda. Já temos outra decisão e domingo tem Brasileiro?, frisou. ?E, no futebol, não adianta. Você vale na segunda o que joga no domingo?, afirmou.
Nem mesmo o fato de ter atuado boa parte da temporada com um grande desconforto no tornozelo serve de consolo para o jogador. ?Se eu usasse isso, pareceria desculpa. O jeito é seguir ralando e tentando mudar esse quadro já no Paraguai?. Mais uma vez o Paraná entra em campo sob a pressão de precisar de gols. Algo que atrapalhou o rendimento da equipe frente ao Paranavaí. ?Não foi a pressão que atrapalhou, mas talvez a ansiedade, combinada à ótima postura do adversário?, comentou.
As cobranças, na sua visão, já eram esperadas diante da perda do título. ?Isso não assusta. Na derrota, sempre procura-se um culpado.
Se eu sentisse que estou atrapalhando, seria o primeiro a pegar o boné e sair?, disparou o ?baixinho?.