Foto: Valquir Aureliano

O técnico Zetti não quer que o time perca o foco na chegada.

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Sem oba-oba. O período de relaxamento após o triunfo no clássico acabou ontem. A partir dos treinamentos de hoje, o técnico Zetti quer o grupo focado na final do Campeonato Paranaense.

O treinador já está preparando o material sobre o adversário, utilizando o vídeo das mais recentes atuações do Paranavaí. Um trabalho aplicado com sucesso, até aqui, pela comissão técnica paranista.

Só na semifinal, sete jogos do Atlético foram cuidadosamente analisados. ?A gente monta um compacto, com os pontos que nos interessam e isso é passado aos atletas. O grupo assimilou muito bem esse tipo de trabalho?, comentou Zetti.

O treinador sabe que nesse momento de maior assédio – da imprensa e de torcedores – é preciso muito cuidado para evitar um clima de ?já ganhou?. Uma situação que quase sempre ocorre inconscientemente.

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?Ocorre no shopping, na rua. Todo mundo vem cumprimentar. Então, é importante não se deixar levar por essa empolgação do torcedor?, avisou o treinador. Acostumado às decisões numa carreira vitoriosa como goleiro, Zetti quer agora o primeiro título na condição de técnico de futebol. ?Todo o trabalho foi direcionado para isso. Só que ainda temos um grande obstáculo pela frente. O Paranavaí fez uma grande campanha?, comentou o treinador. Zetti não esconde que este é o seu melhor momento desde que trocou as luvas pelo comando técnico.

No Paulista de Jundiaí, foi vice do Paulistão. No Fortaleza, subiu para a Série A, mas como vice-campeão. As duas campanhas vitoriosas ocorreram em 2004 e agora Zetti apresenta números muito mais significativos, com aproveitamento superior a 62%. ?Resultado de uma sintonia entre a comissão técnica e os atletas. Por isso, conseguimos resultados importantes utilizando mais de 34 jogadores?, destacou. Do elenco, apenas o terceiro goleiro, Gabriel, e o ala Márcio Careca ainda não foram aproveitados ao longo da temporada.

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E é esse equilíbrio que dá ao treinador a confiança para as finais, mesmo sabendo que quatro titulares estão fora do primeiro jogo contra o Paranavaí. Nas contas de Zetti, esse número é ainda maior, já que ?perdeu? também o atacante Henrique – que trocou o clube pelo Coritiba – e o ala André Luiz, lesionado. ?Mas, não há o que lamentar. O grupo é forte e tem qualidade.? É com esse estilo de trabalho que Zetti prepara o seu time, não apenas para a decisão do estadual, como para a seqüência da Libertadores.

Depois dessa semana ?livre?, o Paraná volta a uma maratona de decisões, com os confrontos com o Paranavaí e os duelos nas oitavas-de-final pela competição continental. Serão quatro jogos dificílimos em apenas onze dias, justamente às vésperas da largada do Brasileirão.

Se for campeão, Tricolor iguala títulos do Ferroviário

Antes mesmo de atingir sua maioridade – o clube só completa 18 anos no mês de dezembro -, o Paraná Clube pode chegar ao seu oitavo título estadual. Se levar a melhor contra o Paranavaí, o Tricolor igualará a marca de um de seus clubes fundentes, o Ferroviário, que viveu momentos de glória entre as décadas de 30 e 60. Depois de amargar um período de ?vacas magras?, quando ficou sem comemorar um título local por oito temporadas, o azul, vermelho e branco confirma a retomada da hegemonia do futebol paranaense.

Melhor equipe do Estado no último Brasileiro e classificado também para as oitavas-de-final da Libertadores da América, o Paraná Clube está a 180 minutos (sem contar uma eventual prorrogação) de consolidar o bom momento com mais um bicampeonato paranaense. Essa marca foi alcançada pelo clube com os troféus de 1993 e 1994, que marcavam o início de uma série de conquistas que se estenderia até 1997, com o penta histórico. A exemplo do que ocorreu no ano passado, o Paraná se depara com um clube do interior na grande final.

Até hoje, o Tricolor jamais perdeu para clubes do interior em fases finais de competição. A única finalíssima – ao estilo mata-mata – ocorreu na decisão de 2006, quando o Paraná fez 3×0 na Adap (jogando em Maringá) e confirmou o título com um empate no Pinheirão. Antes disso, nos quadrangulares de 1993 (contra Matsubara e Londrina) e 1994 (Londrina) e no octogonal de 1997 (quando se deparou com Matsubara, Francisco Beltrão, Iraty, Apucarana e União Bandeirante), o retrospecto é altamente positivo. No geral, foram 14 vitórias e 4 empates contra os representantes do interior na ?hora do vamos ver?.

A vaga na final já assegurou ao Tricolor presença na Copa do Brasil do ano que vem. Mas o objetivo vai além disso. Zetti quer o título e para isso terá que vencer ao menos um dos jogos contra o Paranavaí. Na semifinal, a melhor campanha permitiu ao Paraná jogar por dois empates. Agora, a regra é outra. A única vantagem do representante da capital – que somou 42 pontos contra 37 do Paranavaí – é o mando no jogo da volta, dia 6 de maio. No caso de igualdade de pontos e de gols, haverá prorrogação e, se necessário, pênaltis para a definição do campeão paranaense de 2007.