Zetti não aceita proposta do Fortaleza e segue no Paraná

A possibilidade de dar continuidade ao trabalho pesou na decisão da comissão técnica. Zetti disse não ao Fortaleza – que fez uma proposta ?milionária? para levar para o Ceará o treinador, o preparador físico Fernando Moreno e o auxiliar-técnico Silas – e segue à frente do Paraná Clube na disputa do Brasileirão. Em 2004, Zetti conduziu o clube cearense à primeira divisão nacional. Na tentativa de repetir a dose, os dirigentes do Fortaleza ofereceram um salário padrão Série A e contrato de dois anos para o trio.

A assunto foi debatido ainda na noite de domingo, após a vitória sobre o Grêmio, na largada do Campeonato Brasileiro. Ainda no Paraguai -quinta-feira passada – Zetti havia recebido a primeira sondagem do Fortaleza. ?Preferimos não conversar naquele momento, pois estávamos envolvidos na decisão?, revelou o preparador físico Fernando Moreno. ?Mas, assim que chegamos de viagem, eles voltaram à carga?. Sob o aspecto financeiro, o Paraná nem esboçou reação.

?Seria inviável chegarmos ao valor oferecido pelo Fortaleza?, admitiu o presidente José Carlos de Miranda. Conhecedor da realidade do clube, Zetti reafirmou que está no Paraná para investir em sua carreira e não para ganhar dinheiro. ?Mesmo assim, já estamos aqui há mais de quatro meses. Chega uma hora que a questão financeira nos faz balançar?, revelou. ?Conversamos sobre tudo isso com o presidente e decidimos ficar?, disse Zetti, sem comentar sobre o eventual reajuste salarial oferecido pelo Tricolor.

Para o preparador físico Fernando Moreno, a palavra prevaleceu ao dinheiro. ?Fomos fiéis aos nossos princípios. Sou do tempo em que tudo é acertado no fio do bigode?, disse Moreno. Ele lembrou ainda a questão da continuidade do trabalho com um grupo formado por essa comissão técnica, desde o início de janeiro. ?Não me refiro ao Flávio e ao Beto, por exemplo. Mas aos garotos que a gente vem lapidando.

O Paraná é uma família e filhos a gente não abandona?, afirmou Fernando.

Nenhum deles citou cifras, mas os salários oferecidos pelo Fortaleza representariam um aumento de 300% em relação aos atuais vencimentos dos profissionais. ?Acredito no trabalho que estamos fazendo no Paraná e por isso vou continuar. Ainda temos muito a conquistar?, disse Zetti.

O treinador passou o dia ao lado da família, em São Paulo – assim como Silas -e somente hoje retorna às atividades, visando o jogo de sábado, frente ao Juventude, em Caxias do Sul.

Vitória devolve confiança ao grupo

Se o Grêmio lançou mão de sua equipe reserva, pouco importa. Para os jogadores do Paraná Clube, o mais importante foi a largada com vitória no Brasileirão-2007. ?Se cada jogo é uma decisão, conseguimos os três primeiros pontos?, disse o zagueiro Daniel Marques. Um dos líderes do grupo – na ausência de Beto, ele assumiu a faixa de capitão – Daniel sabe que o resultado serviu para devolver a confiança ao time, após a recente perda do título estadual e eliminação da Libertadores.

?Nos últimos anos, o Paraná sempre alcançou seus objetivos jogando, e não falando?, comentou Daniel Marques. ?Temos que continuar com essa filosofia, com um grupo fechado?. Para o zagueiro, o fato do clube quase sempre ser visto com desconfiança por parte da mídia nacional não encomoda. ?Isso não nos abate. Só dá mais força?, frisou Daniel. O recém-chegado Adriano concorda, tendo acompanhado à distância o desempenho do Tricolor nas últimas edições do Brasileiro.

?É um clube que está crescendo e quero fazer parte desse processo?, disse o jogador, que no fim de semana fez sua segunda partida com a camisa tricolor. ?A competição é longa. Por isso, é importante ficar sempre nos primeiros lugares. Estando na zona da Libertadores, dá para pensar no título, na reta final?.

O volante acredita que o time tem muito a evoluir. ?Fizemos um jogo de segurança frente ao Grêmio. Mas, ainda, pecamos em alguns detalhes e isso será corrigido com a seqüência dos jogos?, finalizou.

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