Zetti é o mais cotado para assumir o Tricolor

A diretoria do Paraná Clube anuncia hoje o nome do novo treinador do clube, que substituirá o interino Neguinho, nomeado ontem à tarde, após a saída de Saulo de Freitas do comando. A comitiva paranista segue hoje para São Paulo, onde terá uma reunião com o novo técnico para oficializar a proposta. O nome mais forte é Zetti, treinador do Paulista, que lidera o grupo 2 do Paulistão. Ele tem o perfil procurado pela diretoria e viria após o término da primeira fase – restam duas rodadas. Entretanto, a diretoria prefere não confirmar nomes. “É complicado, pois não queremos criar constrangimentos para treinadores que estão em atividade. Por isso, só confirmaremos o nome quando o martelo for batido.”

Em contato com a reportagem, Zetti afirmou que não foi contatado diretamente, mas que algumas pessoas já vieram questioná-lo sobre essa possibilidade. “Isso é natural pelo trabalho que estamos fazendo no Paulista. Estou lá há um ano e agora está vindo a repercussão. Isso me deixa muito feliz”, diz. Entretanto, se Zetti for mesmo o nome do Paraná, a diretoria vai ter que se esforçar para convencê-lo a deixar o Paulista. Não por questões financeiras, já que ele garante que no momento dinheiro é o que menos conta. Mas pela visibilidade que ele vem tendo no Paulistão. “Inicialmente, quero ficar para buscar o título, que vai ser muito importante na minha carreira. Mas estou sempre em busca de melhores opções profissionais para o crescimento”, diz. O fato de o Paraná estar na primeira divisão pode pesar numa possível vinda do treinador.

Outros nomes que surgiram nos bastidores, seguindo as pistas dadas pela diretoria, foram o de Paulo Comelli, que estava no Ituano, e de Giba, que assumiu há algumas semanas o Atlético de Sorocaba. Outro nome sondado foi o de Luís Carlos Martins.

Como ainda iria conversar com o novo treinador, o vice-presidente de futebol do Paraná, José Domingos, não adiantou se a comissão técnica será mantida. “Nós queremos isso, mas vai depender de quem contratarmos. Temos um primeiro nome e vamos nele. Se não der, temos outras opções. Todos comandam equipes do interior de São Paulo.”

Saulo pediu para sair

Uma saída sem maiores traumas. É assim que se pode definir o desligamento do técnico Saulo de Freitas do comando tricolor. Apesar de ter dito ainda na fase classificatória que só deixaria o comando quando tivesse livrado o time do rabaixamento, ele mudou de idéia ontem. A justificativa é que, como torcedor do Paraná, ele entende que chegou o momento de criar um fato novo para motivar os atletas.

Há algum tempo, Saulo vinha mostrando seu descontentamento com o elenco que tinha em mãos e no domingo, após o jogo contra o Nacional de Rolândia, creditou a derrota à falta de personalidade de alguns atletas. “O Saulo acredita que com um novo treinador, haja uma nova motivação”, disse o vice-presidente de futebol, José Domingos.

Quem assume o comando, interinamente, Edson Santos, o Neguinho, auxiliar técnico de Saulo de Freitas. Ele chegou no clube no ano passado, junto com o Tigre. “O Saulo entendeu que era hora de sair e como funcionário do clube, aceitei prontamente substituí-lo”, diz. Apesar da mudança de comando, entretanto, Neguinho garante que vai manter as diretrizes de trabalho de Saulo de Freitas. “Não é hora de fazer mudanças bruscas. Vamos mexer mais com a motivação do que propriamente com o time, mesmo porque as incrições para o campeonato estão encerradas”.

Novos mais calmos. Diretoria promete cobrar

O Paraná não fugiu da tradição do futebol brasileiro e pretende, com a mudança no comando técnico, dar um novo ânimo para tentar livrar o time da segunda divisão. Na lanterna do torneio da morte, o Paraná tem ainda pela frente mais cinco jogos pelo quadrangular e pelas contas iniciais, precisa de ao menos sete dos dez pontos para ficar livre.

De fato, a saída de Saulo deve motivar mais os atletas, não apenas por ter sido criado um fato novo. Há algum tempo ele vinha criticando especialmente os jogadores mais jovens, o que deixou alguns deles chateados. “É complicado, pois estamos fazendo o que podemos. Mas é assim. A corda arrebenta do lado mais fraco”, disse o volante João Vítor, que vem se destacando no grupo, apesar dos maus resultados do time. O prata da casa lembra que os jogadores com idade de júnior tiveram que disputar a Copa São Paulo de Juniores, no início de janeiro, e nem tiveram férias. “Chegamos direto para o profissional e pegamos o trabalho no caminho. Para alguns jogadores, a falta de descanso resultou em contusão, como é o caso do Éverton César”, diz. Apesar de achar injusto culpar a garotada pela má campanha do time, João concorda que no último jogo, alguns jogadores se esconderam.

Descontente com o rendimento da equipe na derrota por 3 a 1 para o Nacional, José Domingos disse que a postura da diretoria será diferente a partir de agora. “Não vamos mais passar a mão na cabeça dos jogadores porque são jovens. Eles são profissionais e às vezes perdem a bola e desistem da jogada. Isso não pode”, disse. O dirigente reconheceu que essa falta de cobrança também influenciou na má campanha do time.

Jogo será na Vila. E sábado à tarde

O Paraná Clube vai voltar a mandar seus jogos na Vila Capanema. Pelo menos durante a disputa do torneio da morte. Ontem à tarde, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) confirmou a partida contra o Grêmio Maringá para sábado, às 15h30, na Vila.

Também foram confirmados os horários das partidas de Coritiba e Atlético. O Coxa enfrenta o Francisco Beltrão no domingo, às 18h30. Já o Atlético enfrenta o Iraty no domingo, às 15h30, na Arena. Os jogos são válidos pela terceira rodada da segunda fase do campeonato paranaense de 2004. Os outros jogos ficaram para domingo, às 15h30.

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