Se a primeira impressão é a que fica, o “novo” Paraná Clube agradou seu torcedor. Não pelo resultado – o empate sem gols contra a Ponte Preta -, mas pelo desempenho individual dos estreantes.
“Estou muito satisfeito com o que vi”, comentou o técnico Zetti. Uma declaração visivelmente embasada no fato desse time ter realizado apenas um coletivo, sendo que muitos jogadores se conheceram às vésperas do jogo. “Só nos faltou o gol”, disse, animado com o futuro do Tricolor na Série B.
A empolgação do treinador é até justificável. Antes da estreia na competição, Zetti teve dificuldades para relacionar 18 atletas. Depois da série de contratações realizadas na semana passada, a comissão técnica se permitiu deixar de fora do jogo contra a Ponte Preta atletas como o volante Luiz Henrique e o atacante Malaquias. Talvez por não querer elevar ainda mais o número de recém-chegados em apenas um jogo. E, das caras novas, nada a questionar.
À exceção do meia-atacante Bebeto (com atuação discreta), todos os outros foram muito bem, na avaliação do técnico e da própria torcida. Se Davi criou as melhores oportunidades da equipe, a dupla de zaga formada por Freire e Dirley sobrou em campo.
Zetti chegou a brincar após o jogo. “Acho que eles já se conheciam da internet”, disse, elogiando a forma segura como os dois anularam as jogadas ofensivas da Ponte Preta, dando segurança ao time.
Uma segurança que não se via desde o ano passado, quando Leandro e Fabrício puseram fim às oscilações defensivas da equipe, no returno da Série B. “Foi apenas um jogo. Procuramos simplificar ao máximo, pois o entrosamento simplesmente não existe”, disse Dirley.
Com antecipações precisas e chutões na hora certa, o xerifão foi o melhor do time, seguido de perto por Freire. O garoto de apenas 19 anos também foi aplaudido pelos pouco mais de 3 mil torcedores que encararam a fria noite curitibana para ver a nova equipe em ação.
Freire até fez um gol -corretamente anulado (estava impedido) – e mostrou ser um zagueiro preciso na marcação, cometendo pouquíssimas faltas. Tanto ele quanto Dirley também mostraram qualidade na saída de bola, quando isso foi possível.
“Orientei-os a que ficassem mais na defesa, pois temos um time em formação. Com a sequência de treinos e jogos, a gente vai dando maior liberdade a todos”, reconheceu Zetti, que no fim só fez uma restrição ao seu time. “Não podemos ter um aproveitamento tão ruim nas bolas paradas. Isso decide jogos”, comentou.
Foi uma constante ao longo da partida – principalmente no segundo tempo – o fraco desempenho do Paraná nas cobranças de faltas e escanteios, quase todas executadas pelo meia Davi.
“Temos outras opções para serem utilizadas, como o Toscano e o João Paulo. Mas, assim como o entrosamento, isso vai acontecer com o tempo, com os treinamentos”, arrematou o treinador do azul, vermelho e branco.