Peça chave na boa campanha do Paraná Clube nesta temporada, o meia Dinelson é a única dúvida do técnico Zetti para o jogo de amanhã – às 21h45, na Vila Capanema – frente ao Flamengo, pela Libertadores. Uma situação que pode determinar até mesmo uma mudança tática. O eventual substituto do meia-armador é o zagueiro João Vitor.
O Tricolor, que conquistou sua vaga na Libertadores jogando dessa forma, pode retornar ao 3-5-2 neste jogo. Foi nesta tática que a comissão técnica trabalhou a equipe desde a última sexta-feira.
?É uma estratégia interessante e que pode ser aplicada já frente ao Flamengo?, admitiu Zetti. ?Senão para começar, talvez no decorrer da partida?, despistou. O treinador paranista deixou transparecer preocupação quanto à presença de Dinelson, que ainda está com os tornozelos inchados, vítima da ?caça? de zagueiros adversários. ?O mais preocupante é que ele, contra a Portuguesa, levou uma pancada sobre o local que já estava lesionado?, revelou Zetti. O departamento médico demonstra otimismo, mas um teste foi marcado para amanhã.
?É um jogo importante, mas preciso pensar lá na frente?, avisou o treinador. Zetti só pretende escalar o ?baixinho? se sentir que ele está plenamente recuperado. Com a variação tática, os alas também teriam maior liberdade nesse jogo. ?Venho usando o 4-4-2. Mas, sempre deixei claro que o ideal é poder trabalhar com os dois sistemas?, explicou. O exemplo recorrente usado pelo treinador é o São Paulo, de Muricy Ramalho. Em 2006, o tricolor paulista chegou ao título brasileiro e ao vice da Libertadores utilizando formações táticas distintas jogo a jogo. ?É bom ter um grupo preparado para essas trocas, dependendo até da postura do adversário?, frisou Zetti.
Apesar da confiança dos médicos no pleno restabelecimento de Dinelson, o meia não apresentava a mesma confiança. Exibindo o tornozelo direito inchado, ele não escondia a preocupação com o atual quadro clínico. ?Vou fazer tratamento em três períodos, no clube e na concentração. Espero estar em campo, mas tenho que ter a consciência de não prejudicar o grupo, forçando uma situação?, avaliou Dinelson. Ele esteve em campo, até aqui, nos quatro jogos que o clube disputou na sua primeira Libertadores. Dinelson fez a diferença, com dribles envolventes, assistências e dois gols, contra Unión Maracaibo/VEN e Real Potosí/BOL.
?A primeira vez a gente não esquece?
O lateral-direito Egídio faz amanhã o primeiro jogo contra o clube que o projetou. Para o garoto, isso só aumenta a motivação para o clássico. ?Todo mundo quer jogar contra o Flamengo. Acredito num grande jogo?, disse Egídio. Revelado nas categorias de base e com poucas chances no elenco principal do rubro-negro carioca, o ala não esconde que a possibilidade do Paraná atuar com três zagueiros seria interessante. ?Minha característica é ofensiva. Com mais um jogador na cobertura, posso atacar mais?, comentou.
Alternando altos e baixos, Egídio busca afirmação no Tricolor. E, para isso, conta com o apoio de Zetti. ?Ele tem muita habilidade. Está amadurecendo?, comentou o treinador. Egídio garante que essa vinda para o Paraná foi muito boa para a sua carreira. ?O ambiente, aqui, é ótimo. O grupo é muito bom e de qualidade. Com isso, estou aprendendo muito.? Apesar de se sentir à vontade, o lateral ainda mantém laços de amizade com os ex-companheiros. ?A gente sempre se fala pelo rádio?, revelou.
Mesmo com essa afinidade com atletas do Flamengo e sendo ?cria? do adversário de amanhã, Egídio não esconde o desejo de marcar um gol. ?Seria fantástico e iria comemorar. E muito. Afinal, defendo as cores do Paraná?, finalizou Egídio. Outro jogador que veio do Flamengo, o atacante Vinícius Pacheco, também pode ser utilizado nesta partida, pois ficará no banco de reservas.
Henrique é uma das armas, amanhã na Vila
O time pode não estar definido, mas Zetti já tem uma certeza: Henrique volta ao ataque no jogo de amanhã. Foram três semanas de tratamento e recuperação física, para voltar nesta partida, com ares de decisão. Por mais que seja apenas a 3.ª rodada, de um total de seis jogos, o Paraná pode, em caso de vitória, encaminhar a sua classificação para a próxima fase. Com três pontos diante do Flamengo, o Tricolor abriria cinco pontos do 2.º colocado, dando um passo enorme para a confirmação do primeiro lugar do Grupo 5.
?Senti o Henrique muito bem nos treinos. Isso me dá a confiança de escalá-lo já neste jogo?, comentou Zetti. Mesmo considerada a dupla titular, Henrique e Josiel só ganharam espaço com a seqüência dos jogos. Num primeiro momento, com o acúmulo de jogos e o atraso no registro de Josiel, eles chegaram a se revezar no ataque, disputando uma única posição. Foi assim contra o Cobreloa/CHI, quando Henrique começou jogando e fez o 1.º gol. Josiel entrou na etapa complementar e fez o 2.º, confirmando a vitória que encaminhou a classificação do time para esta fase de grupos.
Com Henrique e Josiel, o Paraná ganha poder de fogo, no primeiro duelo entre brasileiros na Libertadores 2007. ?Estou bem. É claro que o ritmo pode não ser o ideal, mas isso a gente supera na raça?, disse Henrique. E é esse espírito que pode fazer a diferença. Depois de uma visível queda técnica em alguns jogos – como nas partidas do Estadual, diante de Atlético e Portuguesa Londrinense -, o Tricolor quer recuperar a mesma força de conjunto que fez o clube se destacar no início da temporada, principalmente nos quatro jogos da Libertadores. ?É uma competição diferenciada. O clima é outro?, lembrou Zetti, animado com o desempenho da equipe nos últimos treinamentos.