O Ministério do Esporte anunciou nesta segunda-feira os atletas contemplados com o Bolsa Atleta Pódio na ginástica brasileira. Somente três receberão o auxílio complementar: Arthur Zanetti, atual campeão olímpico e mundial, Diego Hypolito e Sérgio Sasaki. Na ginástica feminina, que passa por fase de renovação, nenhuma atleta entrou nos critérios para obter a Bolsa.
Zanetti foi o responsável por uma das três medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil nos Jogos de Londres, em 2012 – a seleção feminina de vôlei e a judoca Sarah Menezes faturaram as outras duas. Neste ano, o ginasta voltou a brilhar nas argolas ao levar o ouro no Mundial da Antuérpia, na Bélgica.
Longe de sua melhor fase, Hypolito obteve o quinto lugar no solo e o sexto no salto no Mundial. Com o Bolsa Pódio, o atleta ganha incentivo para manter os treinos depois de passar quase toda a temporada sem clube, depois que o Flamengo encerrou a ginástica profissional. Menos experiente, Sasaki foi o quinto melhor no individual geral e na prova do salto.
Com estes resultados, o trio da ginástica masculina atendeu os critérios técnicos utilizados pelo Ministério do Esporte para conceder o complemento, que integra o Plano Brasil Medalhas e distribui bolsas de R$ 5 mil, R$ 8 mil, R$ 11 mil e R$ 15 mil. Para se enquadrar no Bolsa Atleta Pódio, o esportista deve estar situado entre os 20 melhores do ranking mundial de sua prova e deve comprova evolução na carreira, entre outros critérios.
No total, 124 atletas já contam com o Bolsa Atleta Pódio: 27 no judô, 15 no vôlei de praia, 19 no atletismo, um no pentatlo moderno e 59 em dez modalidades paralímpicas. Com o programa Brasil Medalhas, com orçamento adicional de R$ 1 bilhão, o governo federal quer colocar o Brasil entre os dez primeiros países nos Jogos Olímpicos de 2016 e entre os cinco primeiros nos Jogos Paralímpicos.
Por causa dos critérios do Bolsa Atleta Pódio, nenhuma ginasta feminina da seleção brasileira foi contemplada. Em processo de renovação, a equipe conta com esportistas muito jovens que ainda não tem idade para disputar as principais competições. Assim, não somaram pontos para ter um ranking mais favorável.
O Ministério do Esporte argumenta que os investimentos nos atletas mais velhos deve beneficiar também os ginastas da base. “O investimento que o governo vem fazendo na preparação das seleções principais visando aos Jogos de 2016 reflete na formação das categorias de base das modalidades olímpicas e paralímpicas, porque os jovens atletas acabam convivendo com os técnicos e outros profissionais que treinam as equipes de ponta, utilizam os mesmos equipamentos, usufruem das mesmas estruturas”, diz Ricardo Leyser, secretário de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.