O técnico Osvaldo Alvarez, do Atlético, começa hoje a trabalhar para a partida de domingo contra o Criciúma, na Arena, pela sexta rodada do campeonato brasileiro. O maior problema será recompor a zaga, que não terá Tiago e Ígor, suspensos, e ainda pode ficar sem Rogério Correia, que saiu machucado no jogo contra o Fortaleza. Em compensação, o treinador rubro-negro terá à sua disposição os recém-contratados Capone e Lê. A reapresentação está programada para as 15h30 no CT do Caju.
No entanto, a maior preocupação do comandante atleticano será corrigir os erros que vêm sendo repetidamente cometidos. “Perdemos para nós mesmos. Cometemos muitos erros de passes, além de sermos prejudicados pelo gramado ruim”, analisou Vadão. Desculpas à parte, ele terá de se desdobrar para consertar também as falhas de posicionamento e as finalizações, que continuam praticamente as mesmas desde o início do Brasileirão.
Como nem tudo é má notícia, o treinador poderá contar com os recém-contratados Capone e Lê. O primeiro é uma das soluções para a recompor a zaga, enquanto o artilheiro gaúcho pode ser a solução para a escassez de gols que está afetando a equipe. A princípio, o treinador não está muito disposto a usar esses jogadores devido aos poucos treinamentos que eles fizeram com o elenco. Mas, como a semana vai ser de pressão por uma vitória, Vadão pode lançar mão dos reforços para tentar reverter a onda de maus resultados.
Pendurados
O Atlético vai entrar em campo no domingo com cinco jogadores com dois cartões amarelos. Os volantes Luciano Santos e Leomar, o lateral-direito Alessandro, o goleiro Diego e o meia Adriano estão na pendura e se forem novamente advertidos contra o Criciúma terão que cumprir suspensão contra o Cruzeiro.
Atlético em meio a “panelas” e tropeços
Um dos fatores para as péssimas atuações do Atlético no campeonato brasileiro pode ser a presença de “panelinhas” dentro do elenco. Alguns poucos jogadores estariam influenciando e forçando os demais companheiros para tomarem decisões que não seriam do agrado geral. O maior exemplo foi a iniciativa de não concederem mais entrevistas antes dos treinamentos. Medida que não passou pelo capitão da equipe. Essa (e outras) atitude pode ter desencadeado um descontentamento entre os que estão buscando uma afirmação no time e querem falar com os repórteres e aqueles que estão sendo criticados e estão tentando evitar entrevistas e, conseqüentemente, explicações.
Uma pista de que as coisas não andam bem pelo lado do CT do Caju são as várias versões dadas para a medida. Perguntado sobre os benefícios da decisão, o volante e capitão Leomar respondeu que para ele tanto fazia. Uma mostra de que o mais experiente jogador do rubro-negro, mas com poucos meses de casa, nem foi consultado sobre o assunto. Não foi só ele. Outros jogadores se enrolaram para falar a respeito e citaram outros clubes como exemplo para a tomada de decisão. Já o diretor de futebol, Alberto Maculan, disse que os jogadores tomaram a decisão para forçar a imprensa a assistir aos treinamentos.
Para se ter uma idéia de como está o ambiente no clube, na semana passada, o zagueiro Rogério Correia questionou a assessoria de imprensa do clube sobre a presença da reportagem do O Estado do Paraná nos jogos do Furacão. O jogador não gostou de ter sido citado como um dos piores em campo e disse que esses jornais estavam sendo influenciados pelo “pessoal de rádio”. Ouvindo a reclamação, um outro jogador (que não terá a identidade revelada para não ser prejudicado) disparou: “Tem gente que não está jogando nada e ainda não quer ser criticado”.
O técnico Osvaldo Alvarez não poderá contar com os zagueiros Tiago e Ígor, suspensos. Em compensação, terá à disposição o zagueiro Capone e o atacante Lê, que poderão estrear na equipe contra o Criciúma, domingo.
Kléberson: convocação é hoje
O meio-campista Kléberson, do Atlético, é um dos “brasileiros” a serem chamados hoje pelo técnico Carlos Alberto Parreira, para completar a lista dos 22 (16 “estrangeiros” já foram chamados) para o amistoso do próximo dia 30, contra o México, em Guadalajara. A presença de jogadores do Santos e do Grêmio pode ser a principal novidade da lista. Os dois clubes estarão de folga da Taça Libertadores da América na semana do confronto, o que facilitaria a convocação de seus atletas.
A princípio, Parreira quer manter a decisão de não chamar jogadores envolvidos com a disputa da competição Sul-Americana, mas diante da dificuldade em completar a lista de 22 atletas seria obrigado a optar por esta solução. O técnico da seleção pretende relacionar um goleiro, um lateral-esquerdo, dois zagueiros e dois meias.
O principal problema de Parreira é que nos dias 30 e 1.º de maio serão disputadas as partidas decisivas da oitava-de-final da Copa do Brasil. São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro, Vasco e Flamengo, clubes cotados para ceder jogadores, estão envolvidos na competição.
Parreira já confidenciou a amigos que tentará poupar ao máximo Santos e Grêmio, no entanto, o treinador se mostrou inclinado a não abrir mão do zagueiro que participou da conquista do pentacampeonato mundial Anderson Polga, do clube gaúcho. O também zagueiro Luisão, do Cruzeiro, é outro que deverá enfrentar os mexicanos.
Parreira não escondeu sua preferência por Luisão e, na terça-feira passada, ao convocar os 16 atletas de clubes do exterior, chegou a dizer que Vanderlei Luxemburgo, técnico do time mineiro, teria como se “virar” caso ficasse sem o zagueiro. Tanto o treinador da seleção quanto o coordenador-técnico Zagallo passaram o feriado da Páscoa com suas famílias em Angra dos Reis, no litoral Sul-Fluminense.
O embarque da seleção rumo ao México está previsto para a noite de domingo. A delegação chega segunda-feira em Guadalajara mas só treinará no dia seguinte. Na quarta-feira, acontece o amistoso, no estádio Jalisco, às 22h (horário de Brasília).