Não é segredo para ninguém: o ótimo ataque compensa as falhas defensivas da equipe do Santos. Foi exatamente assim neste domingo, na Vila Belmiro, onde David Braz deu dois gols para o Penapolense, mas o setor ofensivo funcionou e garantiu a vitória por 3 a 2 que colocou os santistas na final do Campeonato Paulista pela sexta temporada seguida. O garoto Stéfano Yuri, de 19 anos, marcou aos 41 minutos do segundo tempo para garantir a classificação de mais uma geração de Meninos da Vila.
O destaque do jogo, porém, foi Oswaldo de Oliveira. O treinador, que não deu sorte com a escalação de David Braz na zaga, compensou durante a partida. Quando tirou Gabriel para colocar Rildo, o substituído, na primeira jogada, deu o gol de empate para Leandro Damião. O ex-colorado saiu depois de perder três chances claras e, quando Stéfano Yuri entrou, desempatou logo no seu primeiro lance.
O adversário do Santos na final vem do confronto entre Palmeiras e Ituano, que jogam na sequência no Pacaembu. As duas partidas da decisão serão nos dois próximos domingos, sendo que a volta de qualquer forma será com mando santista. Para a ida, Cicinho e Mena estão suspensos pelo terceiro amarelo. Antes, na quarta, visita o Mixto pela Copa do Brasil na abertura da Arena Pantanal.
O JOGO – Para justificar o rótulo de melhor ataque do Paulistão, o Santos entrou em campo praticamente com cinco atacantes. Cícero, teoricamente volante, já jogou de centroavante. Gabriel, a quem competia servir Geuvânio, Leandro Damião e Thiago Ribeiro, já foi chamado de “Gabigol”.
Contra um time taticamente bem postado, o Santos esperava abrir o placar e, no contra-ataque, deslanchar. Para esta meta, fez 1 a 0 aos 21 minutos. No lance, Cícero arriscou de fora da área, a bola desviou no pé de Rodnei e enganou o goleiro Samuel.
Novo titular da zaga (roubou a posição de Jubal), David Braz não deixou a estratégia dar certo. Cinco minutos depois do gol santista, ele segurou a camisa de Guadalberto para não largar mais em cobrança de falta na área que iria nas mãos de Aranha. Típica falta que o árbitro não vê. Mas Marcelo Rogério agiu corretamente e deu pênalti. Guaru mandou no canto direito de Aranha. A bola bateu na trave e entrou.
Mais nove minutos e nova falha de David Braz. A zaga do Penapolense isolou e o zagueiro, ao invés de sair jogando ou pelo menos afastar o perigo, quis proteger para a saída de Aranha. Traído pelo quique da bola, viu Douglas Tanque ser mais esperto, se meter no meio dos dois santistas, tirar a bola deles e estufar as redes, sozinho.
O Santos viu que não ganharia o jogo só com a campanha da fase de classificação como argumento. Precisava jogar bola. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Cícero arriscou de longe e carimbou o travessão. Pouco depois, cobrou falta tirando tinta da trave.
O gol do empate só saiu quando Gabriel deu lugar a Rildo, com Thiago Ribeiro indo para o meio. O ex-atacante da Ponte Preta, no primeiro lance, aos 15 minutos, fez boa jogada pela esquerda: pedalou sobre o marcador, foi à linha de fundo e cruzou. Colocou na cabeça de Leandro Damião, bem colocado no segundo pau.
Ainda que tenha feito o gol de empate, Leandro Damião estava longe de estar num bom dia. Foram três chances claríssimas perdidas, todas espanadas. Na última e melhor delas, Damião ficou cara a cara com Samuel e, mesmo equilibrado, não conseguiu acertar em cheio na bola, que foi para o seu lado.
Oswaldo de Oliveira não teve vergonha de admitir que Damião estava mal e tirou o titular, cobrador de pênalti, para colocar Stéfano Yuri. O garoto, destaque da Copa São Paulo, precisou dar dois toques na bola para tabelar com Thiago Ribeiro, receber na área e colocar o Santos na final.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS 3 X 2 PENAPOLENSE
SANTOS – Aranha; Cicinho, Neto, David Braz e Mena; Arouca, Cícero e Gabriel (Rildo); Geuvânio (Alison), Leandro Damião (Stéfano Yuri) e Thiago Ribeiro. Técnico – Oswaldo de Oliveira.
PENAPOLENSE – Samuel; Rodnei, Jaílton, Guadalberto e Rodrigo Biro; Liel (Lucas), Petros (Rafael Ratão), Washington e Guaru; Alexandro (Neto) e Douglas Tanque. Técnico – Narciso.
GOLS – Cícero, aos 21, Guaru, de pênalti, aos 26, e Douglas Tanque, aos 35 minutos do primeiro tempo; Leandro Damião, aos 15, e Stéfano Yuri, aos 41 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Marcelo Rogério.
CARTÕES AMARELOS – Cicinho, David Braz, Mena, Geuvânio, Rodrigo Biro e Guaru.
RENDA – R$ 353.892.
PÚBLICO – 12.409 pagantes.
LOCAL – Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP).