Yara Eisenbach é a Dilma Rousseff do Atlético

O direito ao voto foi uma das maiores conquistas das mulheres. Desde então, vieram outras vitórias. Uma nova virada aconteceu no dia 31 de outubro. Dilma Rousseff quebrou mais uma barreira, elegendo-se a primeira presidente do Brasil. No mesmo caminho, outras mulheres vão se destacando e ocupando vagas em setores antes inimagináveis.

No mundo do futebol não é diferente. Primeiro foi a crônica esportiva. No Paraná, a batalha inicial tem uma heroína que abriu o mercado para todas as outras que hoje atuam sem o mesmo preconceito e dificuldades dos primórdios. Trata-se de Sônia Nassar.

Desta maneira, lentamente, outros setores do esporte foram sendo abertos pelas mulheres e um novo nicho começa a ser desbravado por elas: a direção dos clubes.

Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, conseguiu chegar ao topo do maior clube do País em eleição direta. No futebol paranaense, a presidência dos clubes ainda é coisa de homem, mas as mudanças podem estar mais próximas do que parecem.

No Atlético, Yara Eisenbach, é a mulher mais atuante em uma diretoria de futebol. Todo jogo lá está ela, maquiada, no salto, com a bolsa à tiracolo. “As mulheres que estão no futebol, têm o mesmo respeito, reverência e não deixam de estar lindas com seus batons, bolsas”, faz questão de frisar.

Diariamente, Yara encara um bando de marmanjos que aprenderam a respeitar e aceitar os pitacos, as orientações e as ordens femininas. E se alguém pensa que ela encontra dificuldades está muito enganado.

“A mulher tem um jeito diferente para fazer as coisas. Tem um pouco daquele extinto de mãe. Mas não pense que mulher é boazinha por causa disso. Somos muito firmes”, destacou.

Sem essa de de mãezona

A história dentro do Atlético é longa. São 14 anos fazendo parte da direção, mas agora, na gestão Marcos Malucelli, Yara tem ainda mais voz ativa. Ela é a 2.ª vice-presidente do Conselho Administrativo e faz valer seu posto.

“Na realidade, eu me meto em tudo. Até na questão do futebol, por que como somos apaixonados não gostamos de ver o Atlético perder”, contou a vice-presidente.

A receita para se manter entre os mandatários rubro-negros recebe vários ingredientes. Já bastante realizada, Yara não esconde o que a faz ser um diferencial no futebol paranaense.

“Tem que entender de futebol, de gente, de negociação, contratos grandes, negociação com empresários, e não são fáceis. Tem que saber ser absurdamente criativa, pois estando fora do eixo Rio-São Paulo tem de ser dez vezes mais criativo. Para eles é fácil, para nós ainda não”, destacou a dirigente.

Com tantos anos de Atlético, o futuro aponta Yara como candidata natural à presidência do Atlético. Ela, porém, entende que não é tão simples assim. Apesar de se sentir honrada com a possibilidade, e depois de ter obtido o respeito de um setor ainda machista, a dirigente acha que ainda é cedo para quebrar mais um paradigma.

“Ainda não estou muito preparada para entrar aqui (na Baixada) com meu neto, depois de perder duas partidas e ser apupada pelas pessoas de forma não muito positiva. Porque aí o pejorativo vem ligado a adjetivo que desconstitui a mulher”, revelou Yara, que não quer ser conhecida como a mãezona do clube. “O Atlético, assim como o Brasil, não precisa de mãe, mas de gente competente que faça acontecer. Essa é a questão”, enfatizou aquela que já chamada de a “Dilma do Atlético”.

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