WTCC busca oportunidades na crise

Uma crise gera oportunidades. A frase é batida, e vem sendo repetida à exaustão nos últimos meses, neste período de vendaval na economia mundial. A verdade é que a crise está afetando todo mundo, inclusive o esporte. E as oportunidades, às vezes, nada mais são que adaptações que podem ser feitas de acordo com a necessidade.

É assim que começa a temporada automobilística internacional de 2009, com a etapa de abertura do Campeonato Mundial de Turismo da FIA (WTCC) apostando que a crise vai equilibrar a categoria.

A temporada começa oficialmente às 13h, no Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais. Serão duas corridas (a segunda começa às 16h), cada uma com duração de catorze voltas, ou 35 minutos.

No treino classificatório de ontem, os carros da Seat confirmaram o domínio e ficaram com as cinco primeiras posições – a pole é do atual campeão, o francês Yvan Muller, com 1min24s196. O paranaense Augusto Farfus, único brasileiro na categoria, sai na sétima posição.

O WTCC teve alterações nas regras, principalmente na questão do lastro, para tentar reequilibrar a categoria. A BMW ameaçou sair, mas decidiu permanecer após a intervenção da FIA. Na pista, entretanto, não há mudanças visíveis para o público.

As corridas continuam tendo duração curta, os carros são os de turismo, a pontuação é a mesma da Fórmula 1 e a segunda prova do dia continua tendo o grid parcialmente invertido – o oitavo da primeira corrida larga na pole, o sétimo em segundo e assim sucessivamente.

Mas, acima do regulamento, o que mudou mesmo foi o caixa das equipes. “O orçamento caiu muito”, resume o português Tiago Monteiro, da Seat. “Os testes foram reduzidos, as montadoras investiram menos. Muita coisa teve que ser cortada em todas as equipes. Um milhão de pequenos detalhes foram revistos”, completa Farfus. A crise abateu, como é de praxe, o supérfluo – e com isso foram evitados coquetéis e festas, tanto na Europa, como em Curitiba.

No autódromo internacional, a estrutura das equipes também diminuiu, apesar da entrada da Lada no WTCC. Está tudo mais enxuto, sem as parafernálias tecnológicas, que funcionam mais como auto-propaganda que para a melhora dos carros.

É tudo muito funcional, baseado apenas nas corridas, e não no marketing. O que é surpreendente, pois as montadoras usaram o mundial, nos últimos anos, como plataforma de lançamento de seus carros de passeio.

O maior contraste é o da Chevrolet. Com a sede nos Estados Unidos à beira da falência, a subsidiária européia diminuiu os investimentos no esporte, não conseguiu adaptar o novo carro (trocou o Lacetti pelo Cruze) à categoria e viu sua participação no grid se resumir a três carros, o mesmo número da novata Lada – contra oito carros da Seat e dez da BMW.

Mesmo assim, todos estão confiantes em um grande campeonato. “É da crise que surgem as oportunidades. E temos condições de equilibrar a competição, atraindo mais público e fazendo corridas melhores. Nesse aspecto, a crise foi boa para o WTCC. Temos sempre que tirar algo positivo destes momentos”, ensina e finaliza Augusto Farfus.

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