Rapidinho: empate com o Goiás, aquele jogo sofrido em que Evandro empatou no último lance. Pelo menos em duas jogadas Wilson salvou o Coritiba. A mesma coisa no empate com o Corinthians, quando o goleiro fez milagres. A defesa mais incrível garantiu outro pontinho contra o Sport, uma intervenção inacreditável do camisa 83. Três pontos, o suficiente para transformar a recuperação do Coxa em rebaixamento, caso eles não viessem.
Wilson é um ídolo diferente neste futebol de hoje. Não se sabe uma vírgula de seu dia-a-dia. Não é um participante assíduo das entrevistas coletivas. Não é um garoto, não foi formado na base do Coritiba. É um “forasteiro”, vindo de uma espécie de exílio no Vitória, de onde foi resgatado por Ney Franco, que sabia que poderia contar com ele.
Formou a base experiente que segurou a onda do Coxa, tanto no vestiário quanto dentro de campo. No final das contas, o time de Wilson, João Paulo, Lúcio Flávio, Kléber e Henrique Almeida, todos rodados, conseguiu superar todos os prognósticos – na metade do Brasileirão o Coxa já estava condenado para a maioria da imprensa nacional.
Em silêncio, apesar do barulho das crises alviverdes em 2015, Wilson liderou a virada. Liderou com defesas importantes e com atitudes decisivas. Quando o time ia mal, ele era duro nas críticas. Sabia o que estava falando, porque suas declarações serviam de alerta e não geravam problemas internos. Quando o time ia bem, mantinha a serenidade e não dava a batalha como vencida antes do último jogo.
Não foi à toa que a torcida do Coritiba, quando o time enfim se livrou da degola, gritou o nome dele antes de qualquer outro – até de Henrique, o artilheiro da equipe. A galera entende de futebol e sabe que se não fosse Wilson (ainda mais em um ano em que Bruno e Vaná foram muito contestados), o Coxa certamente estaria neste momento remoendo mais uma estada na Série B.
Wilson virou ídolo rápido, e ninguém pensava nisso quando ele chegou ao Alto da Glória. Faltou aquela olhada básica na carreira do goleiro. Era só ver que com o mesmo estilo e as mesmas atitudes, ele foi o principal nome do Figueirense por vários anos. E este 2015 só foi o primeiro de Wilson com a camisa do Coritiba.