Willian é conhecido por ser um dos mais tímidos jogadores do atual elenco da seleção brasileira, mas caberá a ele a tarefa de comandar o time que enfrentará o Japão nesta sexta-feira, às 10 horas (de Brasília), em Lille, na França. O meia do Chelsea será o 14º capitão em 16 jogos sob o comando de Tite. Sem se abalar com a responsabilidade, quer ver o Brasil enfrentar um concorrente da Copa do Mundo de 2018 com um time de líderes.
Escalado para formar o meio campo do time com Fernandinho, Casemiro e Giuliano, o dono da braçadeira da seleção no amistoso sabe que sua missão é temporária. “Dentro da seleção nós estamos construindo vários líderes. Eu sou o 14º nesse jogo”, lembra. “Me sinto honrado pela oportunidade e pela confiança de sair jogando como titular e com a braçadeira de capitão.”
Desde que chegou ao comando da seleção, em junho de 2016, Tite pratica um rodízio de capitães, uma forma de estimular o espírito de liderança de todos que entrarem em campo. “Líder não é só aquele que tem a faixa de capitão, mas sim todo o elenco. Todos os jogadores devem dar sua contribuição”, diz Willian.
Figura carimbada das convocações de Tite, Willian sabe que só uma lesão ou um fato novo – e grave – tiraria seu lugar cativo na lista de 23 jogadores que serão chamados antes da Copa do Mundo. E, ciente de que poderá ser um dos líderes do Brasil em campo no Mundial, embora hoje não seja considerado um titular da equipe nacional, Willian parece ter incorporado o discurso do treinador. “Temos de ser mentalmente fortes durante os treinamentos e durante os jogos. A gente tem de sempre merecer vencer. Esse é o nosso pensamento dentro de campo”, afirmou o atleta nesta quinta-feira, em Lille, durante entrevista coletiva que concedeu ao lado do técnico.
Se será apenas mais um dos capitães de Tite e mais um na longa linha de líderes da seleção brasileira, Willian terá ainda assim um privilégio: será o primeiro da história a ser o responsável por portar a voz do treinador dentro de campo no primeiro jogo da equipe com um árbitro de vídeo fora de campo.
“Com certeza vai ser um aprendizado. Não tive essa experiência ainda”, ponderou. “Mas nós temos de nos preocupar em jogar, esquecer a arbitragem, e fazer o nosso melhor dentro de campo. Se acontecer um lance muito duvidoso, se tiver a necessidade de pedir (a arbitragem de vídeo), que a gente consiga falar com o árbitro a respeito. Pode ser importante.”
O jogo contra o Japão será realizado nesta sexta no estádio Pierre Mauroy, em Lille. A expectativa é de arquibancadas lotadas na arena de teto retrátil e considerada uma das mais modernas do mundo.