William chegou ao Corinthians em um dos piores momentos da história do clube. A equipe havia acabado de ser rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro e a pressão da torcida era enorme para que a temporada seguinte fosse a da volta por cima. Convidado pelo técnico Mano Menezes, ele aceitou o desafio de ser o líder dentro de campo de um novo projeto e assumiu a faixa de capitão. Agora, se prepara para a despedida: vai encerrar a carreira no final deste ano.
A ideia de William, depois de pendurar as chuteiras, é abrir uma empresa de consultoria e estudar inglês em Londres. Mas ele não descarta retornar ao mundo do futebol, para atuar nos bastidores. Antes disso, porém, o zagueiro espera ter uma última alegria com a camisa corintiana: levantar o troféu de campeão brasileiro no domingo, quando o Corinthians enfrenta o Goiás em Goiânia – para isso, depende de um tropeço do líder Fluminense diante do Guarani no Rio.
“Não sinto como se estivesse parando, afinal estou focado neste último jogo, quero muito jogar bem”, contou William, que tem 34 anos e uma trajetória de sucesso com a camisa corintiana. Em três anos no clube, o zagueiro teve papel fundamental na conquista dos títulos da Série B (2008), do Paulistão (2009) e da Copa do Brasil (2009). Agora, espera fechar com chave de ouro.
Mas, independente da conquista do título do Brasileirão, William faz balanço positivo de sua passagem pelo Corinthians. “Eu tive três anos muito felizes aqui. Foram três conquistas, mas acho que o mais importante foi a forma como ganhamos, e a recuperação do respeito pelo Corinthians. Quando cheguei, o time estava no pior momento da sua história. Agora, além dos títulos, temos CT, um estádio sendo construído e inovações na área de marketing. Claro que ainda falta muita coisa, como o título da Libertadores, mas o alicerce para atingir esta meta está construído”, avaliou.
Apesar de todo o respeito conquistado junto aos corintianos, William não quer interferir muito nos próximos passos do clube. Ele confessa ter sugerido alguns zagueiros para ocupar o seu lugar, mas deixa claro que não dará a palavra final. “A comissão técnica e a diretoria aqui são muito competentes, com certeza encontrarão o nome ideal para o meu lugar”, contou. E ele também não sabe para quem vai entregar a faixa de capitão, mas cita alguns possíveis candidatos. “O Ronaldo, Roberto Carlos, Chicão e Alessandro já têm uma liderança sobre o grupo, acho que naturalmente vai para um deles.”