Tudo conspirava para que Novak Djokovic vencesse Roland Garros pela primeira vez, mas Stan Wawrinka não deixou. O suíço, número 9 do mundo, impôs a terceira derrota da temporada ao sérvio e conquistou seu segundo título de Grand Slam neste domingo, ao vencer o líder do ranking mundial por 3 sets a 1, de virada, com parciais de 4/6, 6/4, 6/3 e 6/4.
O título é apenas o 10.º em simples da carreira de Wawrinka, que até o ano passado tinha apenas conquistas em eventos de pouca expressão, além do ouro olímpico de 2008 em duplas, com Roger Federer. O suíço começou a aparecer entre os melhores do mundo vencendo o Aberto da Austrália e o Masters 1000 de Montecarlo (Mônaco) em 2014 e, nesta temporada, já havia sido campeão em Roterdã (Holanda) e Chennai (Índia).
Chegou como azarão na final deste domingo, uma vez que o favoritismo estava todo com o rival. Djokovic tinha sua mais concreta chance de sair de Paris como campeão e finalmente fechar o Grand Slam, vencendo todos os quatro principais torneios do calendário internacional. Afinal, o número 1 do mundo eliminou nas quartas de final o espanhol Rafael Nadal, seu algoz em seis edições do torneio.
Apesar da terceira derrota em decisões de Roland Garros, Djokovic segue próximo da perfeição na temporada. Além de Wawrinka, só foi superado pelo croata Ivo Karlovic nas quartas de Doha (Catar), na primeira semana do ano, e pelo suíço Roger Federer na final de Dubai (Emirados Árabes Unidos). De resto, foi campeão do Aberto da Austrália e dos quatro eventos da série Masters 1000 já jogados: Indian Wells, Miami (EUA), Montecarlo (Mônaco) e Roma (Itália).
A conquista de Wawrinka surpreende porque o suíço não é um especialista no saibro. Nunca havia passado das quartas de final e, ano passado, fora eliminado na primeira rodada. Também não tinha bom retrospecto contra Djokovic. A vitória deste domingo foi só a quarta dele sobre o sérvio, a segunda de 2007 para cá. Nas duas ocasiões em que saiu vitorioso nos últimos 8 anos, foi campeão de Grand Slam.
Neste domingo, Djokovic começou demonstrando por que era favorito. Em busca da 29.ª vitória seguida, teve três chances de quebra de saque no primeiro set, aproveitou uma delas e conseguiu o suficiente para vencer por 6/4.
No segundo set, novamente Djokovic começou melhor, mas não conseguiu a quebra. O suíço foi crescendo, forçou o sérvio ao erro, abusou dos winners (foram 16 só neste set) e seguiu finalmente a quebra no décimo game, exatamente para fechar a parcial, depois de perder break points em outros três games.
Superior, Wawrinka seguiu acuando Djokovic, que mal conseguia ameaçar o suíço no saque do rival. A quebra veio no sexto game, de zero. O sérvio não se abalou e quase conseguiu devolver a quebra na parcial seguinte. Não conseguiu e perdeu mais um set, por 6/3.
O quarto set foi o mais emocionante. Em busca de um título inédito, Djokovic confirmou duas vezes seu serviço e quebrou o rival, abrindo 3 a 0. Wawrinka, entretanto, logo reagiu. Conseguiu a quebra no quinto game e deixou tudo igual até o nono game, quando voltou a pontuar no saque de Djokovic. Depois, saco para fechar o jogo. O sérvio até salvou um match point, conseguiu um break point, mas sucumbiu a um dia perfeito do suíço.
CONSOLAÇÃO – Também neste domingo foi decidido o título de duplas femininas. Um dia depois da derrota para Serena Williams na decisão de simples, a checa Lucie Safarova voltou à quadra central de Roland Garros para ser campeã ao lado da norte-americana Bethanie Mattek-Sands. Elas venceram Casey Dellacqua (Austrália)/Yaroslava Shvedova (Casaquistão) por 3/6, 6/4 e 6/2. Safarova e Mattek-Sands já haviam sido campeãs no Aberto da Austrália.