O atacante Washington e o Atlético iniciam hoje uma nova fase dentro do Campeonato Brasileiro. A delegação rubro-negra encerra a miniexcursão em Goiânia e volta para casa para esquecer a série de problemas porque passou nas últimas duas semanas. Enquanto o artilheiro conseguiu superar o medo de entrar em campo, após a morte do zagueiro Serginho, e mostrar que continua cheio de vida, o Furacão conseguiu a reabilitação na competição para dizer ao Santos que está mais vivo do que nunca na busca pela segunda estrela dourada.
É verdade que ainda falta muito para o time voltar a engrenar de vez no Brasileirão, mas o resultado de sábado garante um ânimo, que há muito o time não tinha. “Foi um jogo frio. Estávamos todos ainda abalados”, disse Washington, na saída de campo, após a vitória sobre o Internacional, no sábado. Estas, aliás, foram as poucas palavras proferidas pelo jogador. Ele tinha prometido conversar com os jornalistas, mas mudou de idéia a pedido da família, que foi até Goiás ver o atleta em campo e passar o máximo de carinho.
De qualquer forma, revela o estado emocional do time, que teve que superar os problemas de perda de mando de campo, contusão séria do atacante Dagoberto, perda da invencibilidade com duas derrotas seguidas e a morte de Serginho, atingindo em cheio Washington e o volante Alan Bahia (que também passou por processo cirúrgico no coração). No CT do Caju, sem concentração e uma semana para se preparar, a tendência é que o time se concentrar somente em futebol e na tentativa de reconquistar a liderança isolada do nacional.
“Quem estava achando que o Atlético estava morto, vai ter que esperar mais um pouquinho. Nós ainda estamos no páreo e vamos lutar pelo título”, disparou o técnico Levir Culpi. O treinador sabe que o time caiu muito de produção, nem reclamou da arbitragem contra o Internacional, e deve usar a semana para trabalhar o lado emocional dos atletas. “Nós estamos jogando fora de casa e vamos jogar de novo fora na seqüência do campeonato. E vamos ter que buscar os resultados”, projetou.
Três pênaltis e 2 desfalques
Depois de quatro rodadas, o Rubro-Negro voltou a vencer no Campeonato Brasileiro, ao bater o Internacional por 2 a 1, sábado, no Serra Dourada. Apesar da vitória, o Atlético teve duas baixas para o próximo confronto. Contra o Fluminense, o técnico Levir Culpi não poderá contar com os zagueiros Marcão e Marinho, que receberam o terceiro cartão amarelo.
No primeiro tempo, Atlético e Inter entraram sem muita disposição. Os mandantes assumiram a iniciativa e, aos poucos, foram criando oportunidades. A primeira boa chance foi uma bola alçada na área por Jádson, que encontrou Washington. O artilheiro recebeu, e quando se preparava para finalizar, foi travado pela zaga. A resposta do Inter foi um chute de fora da área de Galego, que passou próximo ao poste esquerdo de Diego.
No primeiro lance de velocidade do ataque atleticano, no entanto, Fernandinho foi infantilmente derrubado dentro da área por Galego, e o árbitro marcou o pênalti, que Washington cobrou e colocou o Rubro-Negro na frente. O gol aliviou um pouco o Atlético, que passou a cadenciar o jogo, mantendo a posse de bola. Com jogadas dos dois lados, a partida se desenvolveu até o fim do primeiro tempo. Mas no último lance, Fernandinho acertou um tapa em Fernandão. O grandalhão do Inter caiu na área e o árbitro deu pênalti, que o próprio Fernandão cobrou e empatou.
No segundo tempo, o Atlético manteve o domínio. Mesmo sem apresentar um grande futebol, fez o suficiente para vencer a partida. Numa bela triangulação entre Pingo, Fernandinho e Dênis Marques, o atacante foi derrubado quando dominava a bola no interior da grande área. Washington cobrou e definiu o placar.