Washington admite sondagens, |
Apesar da confirmação em vários veículos de que Washington já teria acertado contrato com o Verdy Tokyo, o artilheiro continua negando que tenha decidido o seu futuro. Concentrado na conquista do Brasileirão de 2004, ele sente-se pouco à vontade para desviar a atenção do grande objetivo do momento: o título brasileiro.
"Sou jogador do Atlético. Não nego que tenho recebido propostas, através do meu procurador, Gilmar Rinaldi. Mas só vou pensar nisso após o dia 19, quando acaba o campeonato brasileiro", disse o atacante.
O procurador do atleta, Gilmar Rinaldi, confirma que o jogador tem recebido muitas propostas. "Ele é artilheiro do campeonato, o Atlético é líder. Tudo isso chama a atenção dos clubes de fora. A proposta do Verdy existe, de fato, mas não é única. Há clubes europeus de olho nele e assim que acabar o campeonato, vamos analisar o que será melhor para ele. Por ora, nada está fechado", diz Rinaldi, que acaba de voltar de uma viagem à Europa.
Segundo informações de bastidores, Verdy Tokyo teria se comprometido a pagar US$ 2 milhões por um ano de contrato com o jogador, uma proposta que dificilmente o Atlético ou qualquer clube do futebol brasileiro conseguiria cobrir.
Apesar de toda a gratidão que nutre pelo rubro-negro – foi o clube que o acolheu após o problema cardíaco que quase o tirou dos gramados -, Washington, com 29 anos, dificilmente poderá abrir mão de um contrato tão vantajoso financeiramente. A afeição ao Furacão é tanta que o fez declinar de uma proposta do Corinthians no meio do ano, quando ainda não havia completado sete partidas pelo Brasileirão. E o convite era pra lá de especial: do técnico Tite, que o comandou no início da carreira no Caxias e é um amigo particular do artilheiro. Na época, Washington afirmou ter um compromisso com o Atlético: ser campeão brasileiro. Naquela altura do campeonato, o Furacão ainda não estava na liderança e não fazia sequer parte da lista de favoritos da imprensa nacional. Entretanto, a confiança do artilheiro no grupo era tanta que ele decidiu ficar e hoje está a três jogos do título. "É nisso que penso agora. O futuro a Deus pertence."
Para sonhar com o bi, Atlético precisa passar pelo Azulão
Acostumado a enfrentar questões de bastidores, o Atlético entra em campo amanhã, contra o São caetano, às 16h, na Arena, mais tranqüilo. Nas últimas rodadas, o elenco teve que aprender a deixar questões de STJD de lado e, ao que parece, conseguiu. Curiosamente, na partida de amanhã, é o adversário do Furacão que terá de se concentrar exclusivamente no jogo. Denunciado no STJD em função da morte, em campo, do zagueiro Serginho, o clube está correndo o risco de perder 24 pontos, o que o tiraria da briga pelo título e até mesmo da Copa Libertadores.
Por isso, mesmo submetendo o time a uma carga considerável de treinamento defensivo para esse tipo de jogada, o técnico Levir Culpi deu uma "turbinada" nos treinamentos. Mais do que a defesa aérea, os jogadores também receberam instruções de como matar o início da jogada. "Temos que evitar ao máximo faltas próximas à área e tentar impedir os cruzamentos de linha de fundo. Se fizermos isso, o risco será bem menor", ensina o lateral Fernandinho.
Justamente por conhecer bem o adversário, o atacante Washington prevê uma parada difícil. "Pelo estilo de jogo deles, eles jogam melhor fora de casa. Eles jogam fechados, marcando bem. E quando surgem as chances, jogam no contra-ataque. Por isso, quanto antes marcarmos um gol, melhor. Eles terão que se abrir e tornarão o jogo franco".
A pressão externa vivida pelo Azulão, no entanto, não é encarada como uma arma a mais pelos atleticanos. "Assim como nós, certamente eles vão deixar essa questão de lado na hora em que a bola rolar, apesar da preocupação existir. O jogador profissional sabe muito bem fazer isso", diz o zagueiro Marcão, que já defendeu o São Caetano. Justamente por conhecer bem a estrutura do Azulão e a conduta profissional da diretoria, o jogador não acredita numa punição da equipe paulista. "Seria uma grande injustiça. Todo um elenco não pode pagar por uma fatalidade. Todos já sofreram muito com a perda do Serginho."
Apostando na força do adversário, o Atlético se empenhou durante toda a semana assistindo a fitas com os erros cometidos em partidas anteriores e teipes do adversário, cuja principal qualidade esbarra na maior deficiência rubro-negra nos últimos jogos: a bola aérea.
Para o zagueiro Marinho, o fato de o julgamento ser na segunda-feira não deve desestabilizar o empenho dos jogadores e o time está preparado para encarar uma pedreira amanhã. "Se o julgamento já tivesse acontecido e eles tivessem perdido os pontos, talvez fosse impossível abater o desânimo. Mas eles ainda estão na briga pelo título e vão querer provar isso em campo. Por isso, toda a atenção será necessária para evitar uma surpresa desagradável", diz o experiente zagueiro.
Pingo vira assíduo polivalente no Rubro-Negro
No elenco do Atlético, talvez nenhum outro atleta personifique tanto a figura do 12.º jogador como o volante Pingo. Eficiente na marcação e com boa saída de jogo, o volante costuma ser o primeiro nome da lista de prováveis substitutos do time. No Brasileirão, foram dez partidas como titular e mais seis nas quais ele entrou no decorrer da partida.
Por isso mesmo, para o jogo contra o São Caetano, ele é o mais cotado para substituir o experiente Fabiano, que recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Grêmio. Como de costume, o técnico Levir Culpi não confirmou ainda o time titular, mas todas as apostas recaem em Pingo. Primeiramente pela função que cumpre em campo, depois pelo fato de o treinador tê-lo escalado na metade do segundo tempo contra o Tricolor gaúcho, justamente para dar ritmo de jogo a ele. Aliás, a troca na partida acabou despertando críticas severas ao treinador. No entanto, Pingo pouco se importa com os comentários que questionam sua qualidade. "Não ouvi falar, nem me importo se falarem. Eu sei do que sou capaz e o que me vale é a confiança do treinador e dos meus companheiros de time", desabafa.
Mesmo que garanta que ainda não está confirmado como titular, Pingo não esconde a satisfação de poder participar da partida de amanhã, considerada por todos os atleticanos como o início da decisão do título. Se vencer o São Caetano, o Furacão tira o Azulão do páreo e continua dependendo apenas dos próprios esforços para conquistar o bicampeonato. "É muito bom ter essa possibilidade em um jogo tão importante. Também é uma grande responsabilidade substituir o Fabiano, que vem sendo um dos grandes destaques do time", reconhece o jogador.
Ciente do poderio da bola aérea do Azulão, Pingo garante que não só ele como todos os jogadores do sistema defensivo estarão muito atentos para evitar um revés. "A grande pedida é matar a jogada do início. Por isso, a marcação vai ter que ser muito forte e de preferência disciplinada. Nada de fazer falta próximo à área. O lance é matar as jogadas no meio, impedindo dessa forma as bolas alçadas na área".
Restam poucos ingressos na Arena
Ainda restam poucos ingressos para a partida entre Atlético e São Caetano, amanhã, às 16h, no Joaquim Américo. Até o fechamento das bilheterias ontem, às 18h, 18.800 ingressos haviam sido vendidos. Restam agora ingressos para cadeiras superiores, no valor de R$ 60,00.
Somando o valor vendido com o número de ingressos dos torcedores que compraram pacote, 1.800, o recorde da Arena neste Brasileirão já está batido. Contra o Flamengo, o público pagante foi de 19.554. Amanhã, é muito provável que a Arena esteja com sua capacidade total preenchida: 25.200 lugares.
Empate dá a Libertadores
O Atlético pode não se considerar campeão brasileiro se vencer o São Caetano, amanhã, na Arena da Baixada. Mas uma vitória – ou mesmo um empate – já garante um prêmio antecipado: uma vaga na Libertadores da América. O sorteio da competição mais importante do futebol sul-americano aconteceu anteontem, em Assunção, e o assunto veio à tona no CT do Caju.
Apesar de os jogadores garantirem que a competição internacional nada mais será que a conseqüência do título, muitos não escondem a empolgação ao ver a possibilidade de disputar a competição no ano que vem. Especialmente os que nunca passaram pela experiência.
"É uma competição que qualquer atleta quer disputar. Além da experiência profissional, conta a questão da vitrine. A Libertadores é acompanhada na Europa", diz o atacante Denis Marques. Jádson, que via seus companheiros saindo do CT do Caju para as viagens internacionais em 2002, iria experimentar pela primeira vez a sensação de disputar uma Libertadores.