Atacante estava jogando na Turquia, de
onde saiu brigando contra falta de pagamento.

O atacante Washington chega hoje ao CT do Caju para acertar os últimos detalhes com os dirigentes, realizar exames médicos e já assinar contrato com o Atlético para a disputa do campeonato brasileiro.

O jogador estava no Fenerbhaçe, da Turquia, e volta a atuar no futebol brasileiro após se recuperar de uma cirurgia no coração. A vinda do jogador foi um pedido do treinador Osvaldo Alvarez, que gostaria de contar com mais alternativas de jogadas e deverá fazer do ex-paranista uma referência na área.

“Estamos conversando e não podemos falar nada ainda. Enquanto não conversarmos, ele fazer os exames médicos e assinarmos, etc, não podemos antecipar nada”, disse o diretor de futebol Alberto Maculan. Apesar da cautela, o próprio dirigente confirma que Washington já chega hoje à tarde no CT do Caju. “Existe uma possibilidade de amanhã de tarde (hoje) ele estar aqui para a gente fechar alguma coisa. Por enquanto não é oficial”, confirma.

Segundo ele, as conversas já começaram (apesar de na semana passada os dirigentes terem desmentido qualquer contato recente com o centroavante). “O Carletto (Antônio Sobrinho, assessor executivo) e o presidente Petraglia (Mário Celso) já fizeram umas conversas antes e nós já fizemos um contato com ele (Washington) sobre a possibilidade de ele vir a Curitiba amanhã”, revelou. No entanto, Maculan ainda espera uma confirmação do atacante hoje pela manhã para esse acerto final.

Antes de ir para a Turquia, onde jogou pouco e acabou descobrindo que estava com um problema coronário, Washington defendeu a Ponte Preta, o Paraná Clube e o Caxias. No time campineiro, ele foi comandado pelo técnico Vadão e vem para a Baixada recomendado pelo treinador. O atacante, inclusive, tinha uma proposta do São Caetano, mas pela gratidão ao técnico, preferiu acertar por um pouco menos e vir para Curitiba ajudar o treinador. Com a contratação de Washington, o time contará com dez atacantes em seu elenco: Lobatón, Dagoberto, Ilan, Jadílson, Paulo Santos, Selmir, Tüske, Ricardinho, Lê e o próprio Washington.

Vadão assume culpa mas não muda ousadia

O técnico Osvaldo Alvarez não se abateu com as críticas recebidas após a derrota por goleada para o Cruzeiro e promete manter a ousadia nos próximos jogos do Atlético. Segundo ele, o Rubro-Negro é grande e precisa jogar para vencer, além de que o jogo estava bom para sua equipe e uma alteração poderia trazer a vitória para o Furacão. Mesmo assim, ele assumiu a culpa pela derrota e volta a trabalhar a equipe para jogar no 4-4-2. Bem humorado, ontem ele manteve o praxe e atendeu a imprensa enquanto os jogadores faziam o aquecimento.

Ao chegar no painel publicitário onde conversa com os jornalistas, não conseguiu se conter ao ser cercado pelos repórteres. “Quando perde, é paredão”, brincou antes de retornar a seriedade e falar sobre a derrota de sábado e os planos para a recuperação no campeonato brasileiro. “Os últimos dois gols eu assumo total responsabilidade porque eu fiz uma substituição mais ofensiva e o time ficou mais aberto”, assumiu, ontem, após a reapresentação.

De acordo com Vadão, a condição de técnico do Atlético exige uma maior valentia nas tomadas de decisão. “Era um risco que eu tinha que tentar e vou tentar sempre. Vou ser criticado porque vou tentar novamente. Eu trabalho no Atlético, não trabalho num time pequeno e vou me contentar de perder por 3 a 2 contra um time grande”, disparou.

Sistema

Outra crítica recebida e rebatida por Vadão é quanto ao sistema tático utilizado. Ele tem variado entre o 3-5-2 e o 4-4-2 e diz que vai manter sua filosofia. “A equipe está habituado a jogar nos dois sistemas e o que tem atrapalhado são os desfalques, porque aí você perde um pouco de entrosamento. Agora, sistema de jogo não. O Atlético tanto joga com três quanto com dois zagueiros”, aponta.

Para enfrentar o Juventude, domingo, na Arena, o 4-4-2 e a volta de Adriano já estão confirmados pelo treinador atleticano. Segundo ele, a única dúvida está em quem será o companheiro de Capone na zaga. Ele terá as opções de Tiago, Juliano, Ígor, Daniel, Rodrigo Gomes e Rogério Correia para completar o sistema defensivo.

Clube volta ao tribunal

O advogado do Atlético, Marcelo Ribeiro, esclareceu a acusação do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJDF), Luiz Zveiter, que teria dito que o pedido de impugnação da partida Fortaleza x Atlético estaria mal redigido. Segundo ele, o que o auditor despachou foi que o indeferimento aconteceu por “ter o impugnante (Atlético) elegido a via imprópria para ver reconhecida sua pretensão”, segundo despacho da própria entidade. Ribeiro vai alegar no tribunal que o clube estava correto e vai mostrar a Zveiter a resolução de diretoria (RDI) em que se baseou para pedir os pontos ganhos pelo time cearense. A questão ainda não foi julgada no mérito.

Com isso, o Atlético vai pedir a reconsideração do recurso ou vai tentar a readequar a petição numa queixa ou representação, de acordo com o que Zveiter achar o mais adequado. “O clube quer que seja discutida a legalidade da condição de Macedo (do Fortaleza), além da condição de ganhar os três pontos”, disse Ribeiro, que garante ainda estar dentro dos prazos regulamentares.

O advogado diz que há uma grande discussão em torno do que se basear para julgar casos semelhantes. Ele diz que o STJD se baseou numa RDI da CBF para dar os pontos do Guarani ao Vila Nova pela Copa do Brasil devido a um jogador que estava irregular. O mesmo caso de Macedo, segundo o recurso impetrado pelo clube. No entanto, o próprio presidente do STJDF já manifestou que está em dúvida e pode recorrer ao CBDF (Código Brasileiro Disciplinar do Futebol) para fazer esse tipo de julgamento. Mas, nesse caso, a punição seria apenas para o clube infrator (perda de cinco pontos) sem benefícios para o adversário.

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