Com o coração em ordem, Washington vestiu ontem, em Curitiba, a camisa do Fluminense pela primeira vez. O atacante que fez história defendendo o Atlético volta ao futebol brasileiro valorizado pelo ótimo desempenho no Mundial de Clubes, em que marcou três gols e ajudou o Urawa Reds, do Japão, a conquistar um honroso terceiro lugar.
Antes de ser apresentado como novo reforço do Flu, Washington, 32 anos, passou por uma bateria de exames clínicos no Hospital Cardiológico Costantini, na capital paranaense. Os resultados não poderiam ser melhores, garante o médico Costantino Costantini, que acompanha periodicamente o atleta. ?Ele é disciplinado e cuida bem da saúde. Está em perfeitas condições para continuar praticando futebol. Todos os exames mostram exatamente o mesmo resultado de 2003?, disse o médico, referindo-se ao ano em que efetuou a cirurgia para implantação de dois stents no coração do jogador – dispositivos que impedem a acúmulo de gordura nas artérias do coração.
O atacante, que teve obstrução grave em uma das artérias, corria risco de sofrer infarto e passou um ano e dois meses afastado dos gramados, até virar ídolo do Atlético e artilheiro do Brasileirão em 2004. Ele também é portador de diabetes.
Para Costantini, o coração de Washington tem condições plenas de suportar o esforço na altitude na primeira fase da Libertadores o Flu terá que atuar em Quito, no Equador, a 2.850 metros acima do nível do mar. ?Os cuidados são os mesmos necessários para qualquer atleta. Só haveria risco maior se ele tivesse problema de oxigenação no sangue, o que não é o caso?, disse o médico.
O presidente do Flu, Roberto Horcades, que por coincidência também é cardiologista, disse ter obtido o aval de Costantini antes de viabilizar a contratação.
Bancado pelo patrocinador do Flu, Washington assinou contrato de um ano e será companheiro de Dodô, apresentado ontem no Rio de Janeiro. Ele disse ter recusado uma proposta do São Paulo para jogar pela primeira vez num clube carioca. ?Estou feliz por ter a saúde boa e mais ainda por poder defender um clube com tanta tradição e uma história bonita?, disse o atacante, que admite a relação especial com o Furacão. ?2004 foi um ano inesquecível. Não comemoraria um gol contra o Atlético.?