O reencontro com Wagner Tardelli Azevedo, mais de um ano depois do “desastre do Beira-Rio”, foi menos traumático do que poderia se supor. A apreensão dos torcedores – e dirigentes -paranistas se esvaiu naturalmente ao longo do jogo da última terça, onde o árbitro mostrou que não restaram “sequelas” dos fatos que ocorreram após a eliminação do Paraná Clube da Copa do Brasil do ano passado.
Mesmo sem admitir literalmente que foi mal naquele jogo (goleada do Inter, por 5×1), Tardelli deu a seguinte declaração logo após a partida. “Se lá eu não fui tão bem, hoje deu tudo certo”, disse o árbitro.
Antes mesmo da partida, numa conversa informal no gramado do Alfredo Jaconi, Wagner Tardelli disse que para ele, o assunto era uma “página virada”. “O caso está com meus advogados e com a polícia. Entendo que haja reclamação, mas alguns moleques extrapolaram. Ligaram pra minha mãe, que recém se curara de um câncer. Mas, a polícia já tem toda a identificação de ipês, celulares e orelhões e uma hora isso será resolvido”, disse o hoje integrante do quadro especial da CBF. “Tanto nesse jogo como depois, naquele caso da final do Brasileiro, o importante é que meu nome saiu limpo.”
Tardelli disse ainda que nos 21 anos de carreira, nunca teve problema com clube algum. “Reclamações num jogo ou outro são normais, a gente também erra”, disse. Um lance onde Tardelli admitiu ter “falhado” foi na não expulsão de Magrão, volante do Inter que deu uma “voadora”.
“Quando o jogador do Paraná deu um chutão, me virei, acompanhando a bola. Só depois, na tevê, vi o que o Magrão fez. É claro que era lance de expulsão”, comentou. “Mas, no futebol é assim, nem sempre a gente vê tudo o que acontece dentro de campo.”
Tardelli ainda ressaltou que mesmo tendo sofrido a “perseguição virtual” por parte de alguns paranistas, nunca envolveu o nome do clube no processo. “Sei que o Paraná tem uma grande torcida e é um clube forte. Foi um fato isolado, de alguns moleques. Nada mais do que isso”, arrematou.