A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) está voltando para Moscou nesta semana com a esperança e intenção de ir ao laboratório antidoping do país para obter dados que não recebeu até 31 de dezembro, quando se encerrou um prazo para que isso ocorresse.
Os russos deviam entregar os dados como parte de um acordo para restabelecer a Agência Antidoping da Rússia (Rusada, na sigla em inglês). Mas os funcionários da Wada não tiveram êxito nessa busca no mês passado, quando os russos apontaram que o equipamento que os membros da agência portavam não estava certificado de acordo com a lei local.
Um comitê da Wada está programado para considerar a imposição de uma proibição na próxima semana à agência russa, mas que poderia não acontecer se os especialistas da Wada obtivessem os dados durante sua visita na quarta-feira. O ministro russo dos Esportes, Pavel Kolobkov, disse às agências de notícias estatais nesta segunda-feira que “todos os problemas técnicos foram corrigidos.”
O presidente dessa comissão da Wada, Jonathan Taylor, declarou que o “não reconhecimento” da agência é “um último recurso” que deve ser adotado somente após todas as possibilidades serem apresentadas. Dezenas de autoridades esportivas, porém, pediram a suspensão imediata da Rusada após o fim do prazo.
A Wada diz que os dados podem ser cruciais para a confirmação de casos de doping de atletas russos nos últimos anos. A Rússia também concordou em entregar amostras de testes a serem analisadas até 30 de junho.
Restabelecer a suspensão pode permitir que a Wada imponha penas mais severas à Rússia, o que poderia barrar a realização de eventos internacionais no país. Diante desse cenário, o chefe-executivo da Rusada, Yuri Ganus, disse que o esporte russo estava “à beira do abismo” em uma carta enviada no mês passado ao presidente Vladimir Putin em que pedia ao Estado russo para que coopere mais com a Wada.