Voluntários garantem sucesso da maratona

Quando o maranhense José Gutemberg, de 27 anos, cruzou a linha de chegada da Maratona de Curitiba, no domingo, os organizadores da prova tinham bons motivos para comemorar.

Dois recordes haviam sido quebrados, quase 84% dos atletas participantes cumpriram todo o trajeto no horário oficial de 6 horas e, mais uma vez a maratona havia transformado as ruas da cidade em palco da festa do esporte. No final, 277 atletas receberam prêmios e bonificações que, somados, representam R$ 134.340,00.

Gutemberg fez a marca de 2h17m56, dois segundos menos do que a melhor marca até então, do catarinense João Gustavo Assumpção, registrada na maratona de 2001. Outro recorde foi quebrado pelo cadeirante Altemir de Oliveira, que chegou em 2h00h19, superando o recorde anterior, de Wendel Soares, de 1h1m10.

A performance geral dos 2.090 atletas foi além do esperado quase 88% dos homens e 12,7% das mulheres cumpriram a prova. O primeiro lugar, na categoria feminina, foi conquistado por Ilda dos Santos, ex-cortadora de cana de Maringá que emocionou o público com sua garra e determinação.

Mas o total de participantes deste maratona foi bem além dos 2.090 atletas inscritos. Quase 1.400 pessoas, aí incluídos voluntários, estudantes, escoteiros, soldados do exército e funcionários municipais, atuaram diretamente na organização da prova e acompanhamento dos atletas.

Ao longo dos 42.195m do percurso, eles se encarregaram de fazer a marcação dos chips, para garantir o controle do trajeto, distribuir esponjas molhadas, copos de água, isotônicos e bananas. Na chegada, garantiram a recepção dos atletas com medalha, água de coco e lanche. Na véspera garantiram o jantar com quase 2,8 toneladas de massas de primeira qualidade canelones, lazanhas, fettucine, talharim, por exemplo saladas, sucos e refirgerantes.

No total, só durante a prova, foram distribuídos aos atletas 2.500 bananas, 63 mil copos de água, 2.700 caixinhas de água de coco e 3.000 lanches, entregues a cada atleta já na chegada: água de coco, pão, queijo, maçã, bolo e achocolatado.

"São cuidados que não resumem todo o trabalho de organização de um evento deste nível", afirma João Siqueira, diretor da prova. "Na prática, temos menos de dois atletas para cada pessoa envolvida no trabalho", diz ele, destacando, por exemplo, a importância da participação dos escoteiros e dos acadêmicos de fisioterapia da PUC, acompanhados no trabalho por uma professora. Eles esperavam na chegada, iniciando imediatamente o trabalho de recuperação física do atleta.

"São voluntários que trabalham pela experiência e por participar da festa", afirma Siqueira, fazendo questão de agradecer a todas as pessoas, instituições e órgãos envolvidos na organização e no atendimento aos atletas. "É o trabalho de cada um, o envolvimento de cada pessoa, funcionário ou voluntário, que garante o sucesso da prova", afirma.

Siqueira conta que um dos participantes, que chegou poucos minutos antes de acabar o prazo oficial, confessou que só não desistiu em função do cuidado e atenção que recebeu em Curitiba. "Eu não poderia desistir depois de ser tão bem recebido pela cidade."

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